Skyler Sallenvite sempre foi uma garota que teve tudo de mãos beijadas em sua vida. Ou como diziam seus parentes, a garota abençoada pelos céus. Ótimos pais, ótimos amigos, ótima vida... nada nunca de fato faltou para ela desde que nascera e não pod...
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Você vai embora ou vai seguir em frente? Seu amor de antes continua forte? Se você for embora, você vai manter a memória? Isso tornou a noite tão longa, esse corte foi tão profundo? Broken | Isak Danielson
Skyler Sallentive
Eu ainda estava desconfortável com a presença dele na cidade. Saber que iríamos nos esbarrar com certa frequência em Detroit era difícil de processar, e vê-lo flertando com aquela garota ruiva tão despreocupadamente, dentro daquele supermercado, como nos velhos tempos... aquilo fez crescer um estranho incômodo em meu peito.
Mas foi somente quando Woosung me perguntou sobre a Universidade, que eu desejei desesperadamente ter escolhido jantar qualquer fast-food que encontrasse pelo caminho de casa, ao invés de uma refeição digna e saudável, ao ponto de me auto obrigar a ir fazer compras naquele horário.
E meu corpo gelou no mesmo segundo, enquanto seu interesse se mantinha vivo, esperando uma resposta minha.
Resposta essa, que fui incapaz de dar, pois minha única vontade naquele momento era fugir. Fugir para o mais longe que eu conseguisse, fugir para casa, para longe de seus olhos acusatórios, evitando seus questionamentos.
Porque ele saberia, se eu contasse. Lógico que sim.
A velha chama de um sonho do passado quase apagado pelas escolhas conturbadas, a doce vontade de me tornar uma pessoa capaz de ajudar alguém com todas as minhas forças, tudo isso só foi capaz de se tornar realidade na minha vida, por causa dele. O novato encrenqueiro que surgiu na cidade de repente. Meu maldito segredo.
Kim Woosung poderia ter piorado ainda mais a bagunça já presente na minha vida antes de ir embora, era verdade. Mas não foi uma perda total.
Só que eu nunca admitiria isso.
— Baixe mais a cabeça, Sallentive — Woosung murmurou para mim, apesar de seus olhos estarem focando em algo através do vidro da van.
Mesmo assim, seu rosto estava próximo ao meu, deixando sua respiração interligada à minha e escondendo qualquer possibilidade de algum paparazzi me flagrar. Quão bizarro era essa situação?
Estar em uma van com o garoto que eu era apaixonada aos dezesseis anos e seus amigos de trabalho. O garoto que namorou minha melhor amiga. O mesmo que sempre fingiu que aquela conexão que tínhamos não era nada além de uma boa amizade e desapareceu sem nenhuma explicação logo após a morte dos pais, então agora estava de volta...
Vivo. Bem. Saudável e com uma banda.
Parte de mim tentava não culpá-lo, enquanto a outra, igualmente, desejava chutá-lo e batê-lo, enquanto eu perguntava todos os motivos pelo qual ele fez o que fez.
