Skyler Sallenvite sempre foi uma garota que teve tudo de mãos beijadas em sua vida. Ou como diziam seus parentes, a garota abençoada pelos céus. Ótimos pais, ótimos amigos, ótima vida... nada nunca de fato faltou para ela desde que nascera e não pod...
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Você é o único que conhece meus demônios Apenas seus olhos viram meus esqueletos Usando todas as minhas cicatrizes para você sentir agora Suavizando-os com suas mãos amorosas Porque não há segredos que eu mantenho de você E não há mentiras na minha língua Naked | Jaymes Young
Skyler Salenvite
Quando os lábios dele tocaram os meus, sua língua se movendo na mesma intensidade da minha, senti o gosto suave de menta, algo tão familiar de anos atrás, que um frio cresceu bem no meio do meu estômago.
Eu sabia que nada daquilo era real. Que era apenas a porcaria de um plano para que os paparazzis não nos incomodassem e passassem direto, deixando-nos em paz, afinal, quem em sã consciência ousaria atrapalhar um possível casal apaixonado aproveitando suas próprias vidas?
Mesmo assim, embora consciente, meu coração ainda acelerou um pouco. E me deixei levar pela atitude impulsiva do vocalista da banda, correspondendo ao seu beijo, como uma idiota, dizendo a mim mesma que estava apenas usando nossas poucas opções no momento, e por assim, seguindo o fluxo.
Tocando meu rosto suavemente com uma das mãos, Woosung segurou minha cintura com a outra, puxando meu corpo um pouco mais para si. O toque gélido de seus dedos sob a minha pele nua causando um certo arrepio involuntário.
Desde o dia em que ele deixou a cidade, afastando todos de sua vida, prometi a mim mesma que todos os sentimentos que possuía escondida pelo meu novo vizinho — que agora não era mais tão novo assim —, haviam morrido. E eu queria cumprir tal jura. Queria muito.
Mas então ele reapareceu, depois da porra de oito anos, causando sua típica confusão e trazendo todas as memórias que tranquei a sete chaves à tona. Trazendo de volta o nosso segredo. Esse maldito sentimento e toda a inquietação que achava ter jogado no lixo há muito tempo.
Só que ainda estava ali, eu conseguia sentir. Se fazendo presente quando ele voltava a me tocar, de forma tão simplória, tão suave, e meu corpo ainda reagia, contra a minha vontade, igual ao passado.
Fala sério, eu era ridícula.
Ainda assim, mentiria para mim mesma se falasse que não imaginei aquela cena incontáveis vezes, desde a época de ensino médio. Eu imaginei, várias e várias vezes.
Imaginei a sensação de ter sua mão tocando cada centímetro do meu corpo. De ter seus lábios próximos ao meu outra vez, exatamente como estávamos agora. t
Nas vezes em que a nostalgia batia mais forte, sozinha em meu quarto, depois de três ou quatro garrafas de vinho, depois de alguns tragos no cigarro e playlists antigas, era além.
Eu imaginava nossas conversas, como seria voltar ao passado e fazer tudo completamente diferente. Imaginava como seria se ele realmente sentisse algo por mim. Qualquer coisinha. E isso doía como o inferno, porque eu sabia: era impossível.
