Skyler Sallenvite sempre foi uma garota que teve tudo de mãos beijadas em sua vida. Ou como diziam seus parentes, a garota abençoada pelos céus. Ótimos pais, ótimos amigos, ótima vida... nada nunca de fato faltou para ela desde que nascera e não pod...
Eles sempre foram tão gentis Mas agora levaram você pra longe de mim Espero que eles não tomem a sua mente Seu coração é muito forte de qualquer maneira Stolen Dance | Milky Chance
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Skyler Sallenite
Um frio na barriga cresceu dentro de mim quando meu vizinho disse aquelas palavras.
Pensar que Kim Woosung realmente acreditava que eu o odiava parecia tão irreal. Mesmo assim, não neguei. Talvez, mantê-lo acreditando convictamente nessa possibilidade fosse melhor.
Ainda assim, não era fácil tentar manter esse limite entre nós dois. Não era fácil fingir que, estar assim tão perto dele, não me deixava extremamente inquieta.
Segurando o meu braço de maneira abrupta, um arrepio denso me fez voltar para a realidade e o encarei, atordoada.
Eu estava prestes a sair do quarto e descer as escadas apressadas, mas o toque quente e firme de seus dedos em minha pele mantiveram-me inerte.
Não, definitivamente eu não concordava com a escolha impulsiva dele.
Ao meu ver, o vocalista não deveria perder seu tempo ali, e ao invés de tentar ajudar uma universidade que não tinha nada a ver com seu futuro, o mais sábio a se fazer era meter o pé.
Ele era idiota ou o quê? Caramba.
— Algum problema? — minha voz soou defensiva.
Woosung notou, mas manteve os olhos castanhos em mim, antes de alertar, com a voz séria:
— Tome cuidado, Sky. De verdade.
— Eu sempre tomo. É minha maior qualidade.
— Pensei que confusão fosse sua maior qualidade.
— Não, esse é o meu maldito karma, lembra? — disse em desdém, e quis comentar "igual a você", porém me contive. — Em todo caso, preocupe-se apenas consigo mesmo. E seus amigos.
— Se é assim, isso inclui me preocupar com você também.
— Nós não somos mais amigos, Woosung. Corta essa.
Ele sorriu, então deu um passo para frente, em minha direção, fazendo-me recuar pela atitude invasiva. De repente, senti minhas costas baterem contra a madeira da porta e engoli em seco.
— Mas nós éramos, não éramos? — perguntou e as mãos desceram firmes para minha cintura, fazendo um arrepio percorrer por meu corpo densamente.
Aquela não era a situação ideal para o toque repentinamente estranho e acolhedor, mas não o afastei. E ele percebeu que eu não iria, pois sempre que se aproximava, apesar dos longos anos, a expressão mais cansada e madura que antes, o olhar mais intenso e penetrantes, eu ainda era capaz de ver o garotinho de anos atrás, apesar de todas as mudanças.
