Skyler Sallenvite sempre foi uma garota que teve tudo de mãos beijadas em sua vida. Ou como diziam seus parentes, a garota abençoada pelos céus. Ótimos pais, ótimos amigos, ótima vida... nada nunca de fato faltou para ela desde que nascera e não pod...
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Detroit, 8 anos atrás
Haviam muitas coisas na vida que prendiam minha atenção desde o primeiro segundo, como filmes de suspense, músicas tristes e conversas profundas. Física, entretanto, estava muito longe de ser uma delas.
Rabiscando meu caderno, olhei para o relógio em meu pulso. Faltavam apenas trinta minutos para o almoço, mas eu sentia que se ficasse dentro dessa sala durante mais alguns segundos, entraria em um colapso profundo. Era uma merda. Cálculos e teorias eram uma merda.
Levantando minha mão, o professor me encarou ansioso, como se eu estivesse prestes a fazer uma pergunta sobre a teoria que ele permanecia explicando, entretanto, tudo o que fiz foi perguntar com um semblante inocente se poderia ir à enfermaria, pois não estava me sentindo bem.
Frustrado, ele acenou rapidamente e levantei-me, piscando para Nora ao passar por ele e atravessar a porta.
Livre. Eu estava livre.
Caminhando pelos corredores vazios do colégio, fui até o banheiro e peguei as chaves da laje, escondidas no último banheiro do corredor.
O Sr. Mário não se importaria se eu ficasse fora até tocar. Na verdade, talvez fosse grato por eu estar longe durante algum tempo. E por conta da constante vida corrida, as possibilidades de ir realmente perguntar se havia aparecido enfermaria ou não eram mínimas. Eu precisava arriscar.
Subindo as escadas para o segundo andar do colégio, cheguei ao final do corredor.
A porta que dava acesso ao melhor lugar deste manicômio vivia fechada por causa de incidentes do passado, e quando Nora e eu tivemos a grande ideia de rouba-las para fazer cópias, sem sombra de dúvidas, havia sido a melhor e mais arriscada decisão tomada em nossas vidas. E o fizemos. Mesmo que talvez isso nos levasse ao inferno.
Mas que se dane. Viva o agora.
Suspirando, senti o vento gélido da primavera atingir meu rosto suavemente ao entrar e fechei a porta.
Haviam algumas plantas decoradas delicadamente ao redor e um sofá velho de cor bege perto da parede cinza e algumas carteiras rabiscadas.
Um ano atrás, quando descobrimos isso, ficamos tão felizes. Era como se o local fosse feito para nós. Como se fosse nosso segredo mais profundo. E amei.
Desde então, quando precisávamos de algum tempo para pensar ou estávamos entediadas, esse era nossa fuga. A laje velha do colégio.