Forty Fifth Chapter

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Martin Santinelle

Assim que Marcio sai do banheiro depois de trocar Tae ele me entrega o bebê muito relutante e logo depois o celular dele toca e o mesmo tem que ir embora.

Eu agradeço por isso.

Assim que Marcio me dá Tae ele não demora muito para cair no sono novamente, e eu fico apenas ali olhando para o nada com o neném dormindo e perdido em meus próprios pensamentos.

Penso em como isso pode ter acontecido. Foi exatamente como eu disse a Brian, em uns minutos estávamos bem, e no outro não estávamos mais, na verdade no outro minuto estávamos virados de cabeça para baixo, e um metal estava atravessado pelo meu abdômen.

Até hoje eu tenho certeza de que foi a mão de Dio que guiou aquele negócio, porque ele não atingiu minha coluno e nenhum órgão, realmente foi um grande milagre. Mas ao que parece Arthur não teve a mesma sorte, e nem o nosso bebê. 

Sou completamente tirado dos meus pensamentos quando vejo algum passando pela porta, assim que eu olho vejo que dessa vez sim e Nicolas.

O mesmo estava um pouco agitado, ele olhava para Tae e assim que vê que ele estava com uma frauda diferente ele se agita completamente e fica me olhando assustado por alguns segundos. 

- Foi Marcio quem trocou - digo olhando para ele.

No mesmo momento as mãos de Nicolas começam a tremer, o que me preocupa já que o Tae está aqui e eu li uma vez que os bebês geralmente sentem a angústia do seu pai ou da sua mãe.

- Ele ligou os pontos, não é mesmo? - perguntou se sentando ao meu lado e respirando fundo e pesado. 

Olho alguns segundos para ele, e até penso em mentir, mas sei que isso não é a melhor opção nesse momento. 

- Assim que ele viu o Tae a primeira coisa que ele perguntou foi se era filho dele - informo, e ele no mesmo momento ele dá um suspiro nada feliz.

- Não era para ele saber do Tae - resmungou Nicolas.

Fico em silencio alguns segundos olhando para ele antes de finalmente tomar coragem para perguntar.

- Ele sabia que você estava gravido quando saiu da Inglaterra? – perguntei.

- Sabia...

Eu olho para ele alguns segundos e vejo que ele não quer falar sobre isso, então apenas respiro e fico quieto olhando para ele e entrego Tae para o mesmo

Assim que o bebê sente a presença do pai perto dele o mesmo acorda e fica olhando para todos os lados, como se procurasse alguma coisa, mas isso e completamente ignorado por Nicolas.

- Queria que fosse comigo ver Arthur - disse ele de repente me olhando.

Eu sou pego completamente de surpresa com isso

Eu não vejo Arthur dês da cirurgia dele a quase um mês, eu realmente não ousei voltar lá, ver Arthur uma pessoa tão sorridente e cheia de vida daquele jeito me partiu o coração.

Quer dizer o que me partiu o coração mesmo foi ver o homem que eu amo naquela situação, cheio de tubos, desacordado e tão frio com um tubo na garganta. Só de lembrar eu tenho vontade de chorar.

- Eu acho que não posso - resmungo baixinho olhando para ele.

- Ele está tão mal assim? - perguntou Nicolas me olhando com os olhos cheios de lagrimas.

- Ele estava tão gelado da última vez que eu o vi - digo e tenho certeza de que meus olhos nesse momento - ele estava tão sem vida naquela cama - completo divagando.

Nesse momento as lagrimas já transbordam do meu rosto.

- Mas ele ainda está vivo - diz Nicolas me olhando preocupado.

- Mas realmente não parece pelo estado que ele está - digo uns segundos depois.

Nicolas ficou apenas olhando para mim por alguns segundos.

- Ele vai ficar bem - afirmou, mas eu realmente não me convenci disso nem mesmo por um segundo.

- Todos me falam a mesma coisa - digo perdendo a paciência e não gritando por causa de Tae, que ainda dormia calmamente - mas eu realmente não acho que isso seja uma verdade – admito.

- Acha que ele não vai sobreviver? - perguntou Nicolas com os olhos cheios de lagrimas.

Eu apenas fico em silencio, o que parece para ele uma resposta positiva.

Eu não sabia o que fazer, ou até mesmo o que pensar. Eu quero muito me agarrar a esperança que ele pode sobreviver, mas eu não sei acho que não quero ter esperança para depois ela ser arrancada de mim, de novo.

Eu tive esperança de que minha irmã sobrevivesse, mas ela morreu. Tive esperança que meu pai fosse mudar, mas o desgraçado não mudou para melhor ele só foi piorando com o passar do tempo.

Todas as vezes que eu tive esperança foram completamente em vão, e isso sempre acabou me machucando muito, agora eu não quero ter esperança porque acho que ela vai ser de novo.

Olho para Nicolas e penso realmente em responder ele, mas sinceramente não sei o que posso falar que reconforte ele.

- Vamos ver o Arthur.

Autora

Nicolas chama uma enfermeira que ajuda Martin a sentar na cadeira de rodas, já que ele não está autorizado a levantar e fazer movimentos bruscos.

Nicolas coloca Tae nos braços de Martin e começa a empurrar a cadeira dele até o quarto ao lado do dele, o quarto de Arthur.

Mesmo querendo acordar Arthur se sentia cada vez mais distante da realidade. Ele ouvia a voz da sua mãe, do seu pai, das irmãs dele e dos seus primos, mas nenhum mais ouviu a voz de Martin.

Ele se lembrava das palavras dele, mas Arthur nunca mais as tinha ouvido, as palavras de Martin de certa forma davam forças a Arthur para aguentar, mas elas não existiam mais.

Arthur estava cada dia mais fraco. Os médicos sabiam disso, eles estavam fazendo de tudo, mas nada estava adiantando, cada dia mais Arthur estava mais fraco, ele estava desistindo.

No momento em que Martin entrou naquela sala ele soube, ele soube que a vida de Arthur estava indo, e indo rápido.

O mesmo junto todas as forças que tinha e levantou rápido da cadeira entregando Tae para Nicolas ele rapidamente vai para o lado da cama onde Arthur estava.

- Você não pode ir - disse assim que chegou até Arthur - você tem que lutar mais um pouco amor, só mais um pouquinho - implorou Martin. 

Mesmo com Martin implorando para ele, Arthur já não ouvia mais nada, ele já havia se entregado a completa escuridão, ele já seguia o caminho da luz.

O monitor começa a fazer barulhos estranhos, e assim que Martin olha para ele o mesmo para, o bip que se segue é o pior barulho que o cacheado já ouviu, é como se a única parte boa de sua vida estivesse indo embora e ele não podia fazer nada para impedi-la de ir. 

Prometido da Mafia (Serie Filhos Da Mafia - Livro 03)Onde histórias criam vida. Descubra agora