Twentieth Chapter

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Chalies Santinelle Mountbatten

Londres, Inglaterra

O clima inglês está estranho, contudo, não seria algo que eu comentaria em um encontro, já que o clima no Reino Unido sempre é estranho, não há um dia que ele está normal, não que eu me lembre, em um momento está sol e no outros está uma chuva muito forte.

Nunca fui bom em flertar de qualquer forma, também nunca precisei, quando me encontrava em baladas sempre vinham homens e mulheres se encontrar comigo, nunca precisava falar muito, geralmente um minuto de conversa já resultava em beijos no meio da pista de dança, entretanto não posso fazer isso com Ethan, ele não se compra tão facilmente.

Foram apenas alguns beijinhos já trocados entre nós nos Estados Unidos, agora, meses depois e até com ele trabalhando comigo não há muitos beijos, ele me tem na palma das mãos, todos já perceberam, ele é meu secretario, mas manda em mim como se fosse meu marido.

Neste momento ele está sentado na minha frente, na bancada da minha cozinha enquanto eu cozinho, ele me observava silenciosamente enquanto fazia uma lasanha.

- Nunca comi uma comida cem por cento vegana – comentou quebrado o silencio agradável que tinha se instaurado entre nós dois – porém, o cheiro está maravilhoso.

- Você vai gostar – afirmo me virando e lhe dando um sorriso gentil.

- Fiquei supresso por você ser vegano – comentou baixinho, não pude deixar de sorrir ainda mais.

- Por quê?

- Não sei – admitiu calmamente – só imaginava que você comia um bife de dois mil euros por dia no jantar todos os dias.

- Eu já comigo – admito colocando a lasanha no forno e me virando para ele quanto limpava a mão no pano de prato – até meus dezesseis anos eu comia muita carne, até que minha mãe entrou na onda das amigas dela e começamos a ter as segundas-feiras sem carne, era bom, eu gostei bastante do gosto da comida sem carne e comecei a ter mais energia – contei me sentando ao seu lado.

- E como saiu de segunda-feira sem carne para todos os dias sem carne? – sua curiosidade me lembra Simon, ele fala do mesmo jeito, não é à toa que são irmãos.

- De só segunda passei a não consumir carne das quartas, depois nos sábados e sextas, até que aos dezoito já não consumi mais nenhum tipo de carne ou alimentos de origem animal – comentei.

- Não sei como conseguiu – comentou calmamente – eu já teria me rendido a um belo bife.

- Não vou dizer que foi fácil, pelo menos não depois que eu passei a não morar mais com meus pais – meus lábios não evitam o sorriso contagiante que se forma ao lembrar daquela época – eu não sabia cozinhar, quando morava com eles a cozinheira que fazia minha comida vegana, e então você pode imaginar o quanto era horrível as primeiras comidas que eu fiz, só o que salvava era o arroz que minha mãe me ensinou a fazer – ele gargalhou com minhas palavras.

Ethan passou mais alguns segundos rindo antes de se virar quase completamente para mim.

- E como saiu de só um arroz bom para esse cheiro maravilhosa?

Amo quando ele quer saber mais de mim, mostra que ele está interessado, isso enche meu coração de esperança.

- Eu fui testando receitas – era a única resposta que eu tinha, já que não sei como aprendi de fato – aprender a cozinhar foi marcado por eu transformar alimentos que eu achava que eram limitados e sem gosto, em sonhos gastronômicos que eu achava que só havia um jeito de fazer, porque embora eu já tivesse comido aquilo antes parece que ainda não tinha associado que as vezes eu comia um chuchu e ele tinha um gosto maravilhoso – falei e vi seus olhos brilharem – eu aprendi que se tem uma coisa que eles não são é limitados e sem graça, pelo contrário, são muitos versáteis em várias receitas que ficam um delicia.

- Você fala com muito amor – comentou baixinho, como se não quisesse que eu ouvisse.

- É porque eu acho que não precisamos levar animais a morte para consumirmos comida boa, as plantas estão ali, verduras e legumes fazem combinações muito maravilhosas – comentei calmamente.

- A indústria agraria... – eu o interrompi pois já sabia o que ele iria falar.

- Oh não pense que eu acho que eles maltratam animais, sei que não é o caso da grande maioria, sei que para uma vaca por exemplo produzir lei ela precisa ser tratada muito bem, eu só acho que não precisamos levá-los a morte – digo e ele sorri para mim – tem muito espaço para plantar e alimentar a população em nosso planeta, além do mais eu gosto é isso que importa pra mim no final.

Antes que ele falasse alguma outra coisa o time do forno toca mostrando que minha bela lasanha estava pronta, a coloco em cima da mesa com o arroz ao lado e uma garrafa de vinho.

- Quer que eu lhe sirva? – perguntei querendo agradá-lo.

Good eu nunca fui assim, Ethan me deixou rendido demais.

- Pro favor – sorriu ainda mais, o que derrete ainda mais meu coração.

O sirvo e apenas observo enquanto ele dá a primeira garfada, sua reação é muito fofa, ele solta um pequeno gemido de satisfação quando seu paladar sente o gosto da massa, com o molho, o queijo vegano e a carne de soja muito bem temperada.

- Isso é uma delícia – foi a única coisa que saiu de seus lábios antes de comer mais um pouco.

Não posso evitar sorrir mais ainda com suas palavras e o que sua cara transmite enquanto come mais um pouco, também me sirvo com a comida e servo duas taças de vinho para nós dois.

Não me atrevo a dizer nada, apenas lhe sirvo mais um pouco da lasanha quando ele acaba seu primeiro pedaço e fico o observando, até mesmo esquecendo a minha própria comida no prato.

Observa-lo enquanto Ethan está distraído fazendo qualquer coisa tem se tornado minha parte favorita do dia, ele é tão fofo quando está distraído perdido em seus próprios pensamentos, é mais fofo ainda quando está concentrado com alguma de suas funções, ou apenas comendo distraidamente e se deliciando com uma comida deliciosa que eu faço.

Shit, everything he does is cute. What is this man doing with my head, my God? (Merda, tudo que ele faz é fofo. O que esse homem está fazendo com a minha cabeça meu Deus?). 

Prometido da Mafia (Serie Filhos Da Mafia - Livro 03)Onde histórias criam vida. Descubra agora