Thirty Second Chapter

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Nicolas Geronimo

Não esperava em momento nenhum aquele beijo na testa, eu o conheço, conheço esses dois homens, os observei, observei cada um dos homens e mulheres da família Santinelle, esperando que meu sonho de me casar com ele se realizasse, e na minha época sonhadora achava que se conhecesse pelo menos um pouco deles iria logo conquistar sua simpatia, grande sonho.

Abro meus olhos e vejo o sr. Martin Santinelle me olhando com um pequeno sorriso nos lábios, o sr. Arthur apenas observa nossa breve interação, estou envergonhado demais.

- Vamos? – o senhor Martin perguntou se levantando depois de virar o copo de uísque que se encontrava intocado na mesa.

Penso um pouco, não é de meu desejo me deixar com nenhum dos homens nojentos que encontrei nesse lugar, contudo ainda preciso do dinheiro que eles vão pagar.

Quando o sr. Arthur percebe minha recua em aceitar sair ele logo fala:

- Não se preocupe – foi o que saiu de seus lábios – se sua preocupação for o pagamento eu mesmo compensarei sua noite – completou calmamente.

Penso um pouco, será muito mais confortável, nenhum deles parece querer usar meu corpo, eu ganharia o dinheiro e passaria uma noite confortável, em uma cama quentinho e mais protegido do que me sentiria aqui.

- Para onde vamos? – indaguei calmamente me levantando.

O senhor Martin chegou perto de mim e me abraçou de lado pousando involuntariamente a mão na minha barriga, os enjoos pelo menos não estão sendo uma questão por enquanto, pelo menos é a primeira coisa que eu consigo pensar com o gesto.

Sr. Martin me observa minunciosamente, suas mãos passando suavemente sobre minha barriga, ele percebeu a leve elevação no pé dela, não havia como alguém que me tocasse não percebesse.

- Vamos? – perguntou seriamente.

Não nego, ele apenas pega minha mão e começa a me guiar para fora do lugar, não é realmente porco, só cheira a sexo em todos os cantos possíveis.

Sou conduzido em silencio até um carro grande, muito bonito de luxo, me lembra muito o carro de Marcio, na verdade parece realmente o mesmo carro em continentes diferentes.

Já deveria ter parado de pensar nele, mas a merda da minha cabeça me trai todas as vezes e meus pensamentos voltam para aqueles cabelos cacheados e olhos castanhos, sorriso cafajeste com o terno e o jeito debochado, como eu amo esse homem, como ele me machucou.

Entro na parte de trás do carro, deveria confiar tanto? Talvez não, mas estou cansado demais, e só quero dormir em paz.... Me sinto acolhido por eles, talvez seja a minha inocência, mas o cansaço não ajuda em nada, nem mesmo percebo o momento em que pego no sono, apenas me sinto relaxado demais, parece tão certo estar com eles.

__________*__________

A próxima coisa que me lembro é da cama confortável, estou sozinho nela, não quero nem mesmo abrir os olhos, tudo que me lembra é aquela sensação gostosa de um lar, como se aqui fosse mesmo meu lugar, como se eu estivesse de volta a Inglaterra com ele.

Ele... Ele... E ele, é tudo o que a merda da minha mente consegue pensar, que merda.

Abro calmamente meus olhos, quartos de hotéis são tão previsíveis e reconhecíveis que nem mesmo me impressiono quando percebo que o quarto é de hotel, um puro luxo, climatizado, cama confortável e tudo mais.

Meu tronco de levanta e só assim percebo que estou sozinho no ambiente. Me espreguiço calmamente e me levanto, ainda entendo direito porque dormi, mas sou da opinião que se a vida não tiver um pouco de perigo ela não seria nada.

Saio calmamente, existe um cheiro de comida insistente que invadiu minhas narinas logo em seguida, foi apenas esse momento que eu percebo o quão errado eu estava, esse lugar é um apartamento inteiro não um hotel. Caminho calmamente pelo corredor até chegar na escada, desço ela e encontro logo a cozinha.

O dia já havia amanhecido, parecia não ser mais do que sete da manhã, o sr. Martin se encontrava cozinhando ovos com bacon apenas com uma cueca de dormir e uma blusa branca, não é uma manhã fria.

- Sente-se Nicolas – me assusto quando a voz do sr. Arthur chega no meu ouvido e automaticamente me sento na bancada.

Já havia iogurte, cereais, pães e manteiga na bancada.

- Como passou a noite? – sr. Martin perguntou se virando com a frigideira e a colocou na bancada – íamos só te levar para comer alguma coisa, contudo como dormiu não queríamos te acordar e não sabíamos onde te deixar – informou se sentando.

Antes que eu pudesse falar algo um menino se sentou ao meu lado, automaticamente a atenção se voltou para ele logo em seguida.

- Dormiu bem Gabriel?? - sr. Arthur perguntou colocando um prato com ovos e pães na frente do menino, que apenas concorda com a cabeça parecendo estar dormindo ainda.

Fico em silencio, logo em seguida um prato é colocado em minha frente também, ele tinha frutas também além do mesmo que tinha no do menino.

- Meu primo Marcio me ligou hoje – eu gelei inteiro com as palavras do sr. Arthur – me perguntou se eu conhecia uma Nicolas Geronimo, me mandou até uma foto... Sua.

Minha mão começou a tremer, não conseguiu evitar.

- Arthur – a voz do sr. Martin era como se um adulto estivesse repreendendo uma criança – está assuntando-o. Não se preocupe querido o Arthur não citou que estava aqui e já apagou tudo que tem a ver com você estar aqui, não é? – perguntou olhando para o marido, que apenas concordou.

Era como se eu pudesse respirar novamente.

- Contudo isso não vai durar muito – sr. Arthur continuou – Marcio é insistente, ele vira atrás de você, sabe disso e eu sei disso.

Não posso negar, ele, ele vira, eu sei disso, entretanto não acho que aguentarei vê-lo novamente, não depois das suas palavras duras naquele dia, sobre nosso filho, nossa criança.

- Não sei o que aconteceu entre vocês – ele continuou calmamente enquanto bebia seu café, recebendo um olhar nada feliz do sr. Martin - porém, se não quiser mesmo que ele te encontre, os Estados Unidos não é o melhor lugar para você.

O que me irrita é que ele tem razão.

- Contudo, não podemos te deixar ir assim para sabe-se lá onde, então conversando com meu marido pensamos que se quiser pode ficar em uma das nossas propriedades mais afastadas do continente – ofereceu.

A vontade de chorar veio, uma vez Marcio citou que seu primo tinha um coração muito bom, não que eu não tivesse acreditado, mas sei lá... Não foi algo que passou pela minha cabeça que ele ofereceria, ainda mais para um completo estranho.

Não evirei o sorriso que tomou conta de meus lábios enquanto concordava. 

Prometido da Mafia (Serie Filhos Da Mafia - Livro 03)Onde histórias criam vida. Descubra agora