Capítulo 8

18 3 10
                                    




8

Encontro meu parceiro revolucionário em um canto, com Maddie. Uma amiga da Harper.

Parece que nosso movimento durou pouco.

Aceno afirmativamente pra ele, que me olha implorando pra que eu saia, rindo, obedeço seu pedido.

Alguém tem que se divertir.

Esse alguém não sou eu, aparentemente.

Frio.

Frio demais pra uma festa na piscina. É a única coisa que penso enquanto sinto a água encontrar cada membro do meu corpo.

Merda. Não queria molhar meu cabelo. Vai demorar pra secar.

Nado até a borda e me apoio pra sair. Todos os olhos estão em mim.

Não acredito que caí. Não sei como consegui cair.

Olho pro lado e vejo que uma espreguiçadeira sofreu a queda junto comigo, tropecei. Eu acho.

Espantosamente, as mãos que me ajudam a ficar em pé pertencem a Aveline.

—Delilah, o que aconteceu? Você está bem?

—Sim. Estou sim, tropecei naquela cadeira ali - aponto na direção do objeto encharcado- deveria ter prestado mais atenção.

—Atenção - ela repete, como se fosse um xingamento - você certamente está chamando atenção agora.

Olho em volta. Encontro pares de olhos preocupados me encarando.

Mas é claro.

Claro que ela pensaria que foi tudo um plano para roubar o brilho do centro do sistema solar da casa.

Bom.

Sendo assim, quem sou eu pra convencê-la do contrário?

Sorrio confiantemente e dou uma piscadinha, antes de andar de maneira exageradamente lenta pra dentro da casa, ainda que esteja congelando por dentro.

Troco de roupa. Ainda estou gelada. Merda.

Preciso de uma toalha. E um secador. Vou em direção ao banheiro. Abro a porta.

Quase grito quando vejo alguém levantando em cima de uma cadeira.

Dentro da minha banheira. Olhando pra janela.

—Oi?

Digo quando reparo quem é.

—Agora você cumprimenta as pessoas?

Sua voz é divertida. Confortável.

—Você está na minha banheira. Você colocou uma cadeira dentro da minha banheira, e subiu nela. Depois de ter entrado no meu quarto. Enquanto tem uma festa no andar de baixo.

—Muito obrigado por avisar.

—De nada.

Ele me olha, e qualquer outra resposta parece ser esquecida assim que ele vê o estado de umidade em que me encontro.

—Achei que estivesse frio pra nadar.

Reparo que ele está usando uma jaqueta. De moletom. Abro um sorriso.

—A espreguiçadeira que eu derrubei quando caí parece não achar.

Ele ri.

É um som bonito. Decido que gosto.

—Ah, então foi isso! - Andrés me diz, enquanto mostra empolgadamente uma página do seu caderno fiel, que se encontra aberto - Estava entediado. Comecei a andar pela casa, mas a iluminação tá meio ruim hoje. Entrei no seu quarto. Não sabia que era seu quarto, Desculpa. A luz que vinha da janela do banheiro parecia boa aqui. Subi pra olhar a vista e encontrei uma cadeira na piscina, as ondas que ela fez com a água pareciam legais.

Não Pense (Primeira parte completa!)Onde histórias criam vida. Descubra agora