Capítulo 46

3 0 0
                                    

ATENÇÃO: EXITSEM GATILHOS INTENSOS PRESENTES NESTE CAPÍTULO, TODOS ALERTADOS NA SINOPSE DO PRÓPRIO LIVRO, MESMO ASSIM, O AVISO É ESSENCIAL AQUI. 

POR FAVOR, SE VOCÊ É SENSÍVEL OU ESTÁ, POR QUALQUER MOTIVO, SE SENTINDO SENSIBILIZADO OU VULNERÁVEL, EU NÃO ACONSELHO A LEITURA, PELO MENOS NÃO SEM ALGUÉM POR PERTO.

SE LEMBRE: ASSIM COMO QUALQUER UM DOS MEUS PERSONAGENS, NÓS PASSAMOS POR SITUAÇÕES DIFÍCEIS, MAS, ASSIM COMO CADA UM DELES, EXISTEM PESSOAS QUE SE IMPORTAM, VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO.

DISQUE 188, O CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA.

É isso, aproveitem e por favor, me deem um retorno. Foi o capítulo, sem dúvidas, mais complicado que já escrevi.

46

"Todo homem que for dotado de espírito há de ter o pressentimento de que, atrás da realidade em que existimos e vivemos, se esconde outra muito diferente, e, por consequência, a primeira não passa de uma aparição da segunda." Pois, é Nietzche.

Nunca. Nada do que alguém já me disse - ou escreveu - fez tanto sentido. Porque, naquele momento, o momento em que Alexander e eu nos entreolhamos, eu sabia que alguma coisa estava errada.

Tudo. Todos os instantes depois daquele milissegundo em que nossos olhos se encontraram pareceram passar em câmera lenta. Era como se o próprio destino estivesse sentindo piedade do que quer que tivesse preparado para nós. Tarde demais. Não é possível mudar algo que já aconteceu.

Esta madrugada seria mais uma tentativa desesperada da vida insistindo em mostrar exatamente isso. Ter me dilacerado tantas outras vezes não foi suficiente.

No entanto, teria sido melhor se a atingida fosse eu, honestamente.

Foi quase irreal. Descer as escadas em sincronia, seguindo aquele estrondo.

Encontrar as luzes acesas, a adega da sala de jantar aberta, e sete garrafas faltando.

Oito. Uma está no chão. Foi isso, o vidro estilhaçando. Um aviso, para que levantássemos.

Obrigada mais uma vez, destino.

É preciso estar acordado para encontrar com você. Eu acho.

O líquido no chão não condiz com o tamanho da garrafa. Alguém bebeu. Desesperado o suficiente para deixá-la em cima da bancada. Na ponta.

Perto de onde um brinco se encontra caído.

Um brinco em forma de espeto. Preto. Turmalina negra.

Não sei se o melhor seria que o trilho do elevador se movesse mais depressa ou só parasse de funcionar mais uma vez. O que quer que vamos encontrar ao chegar lá, não vai ser bom.

E então as portas se abrem.

Rapidamente, tortuosamente. Mas tão, tão lentamente.

Está escuro. Tem um filme de natal na televisão.

E seis das bebidas vazias.

Muitas garrafas para alguém tomar sozinho.

Para alguém conseguir tomar sozinho. Não sem consequências.

Arrepio, querendo sair correndo e congelar completamente ao mesmo tempo.

—Christian?

Alexander é o primeiro que se atreve a falar.

—Chris. Chrissy? Nós estamos aqui, eu e a Dee. Onde você está?

Andamos mais um pouco.

—Cara, sabemos que você bebeu. - continua ele - E tudo bem. Está tudo bem. De verdade. Aparece, e vamos conversar. Ficar com você até passar. Você não está sozinho. Mas precisa aparecer para mim. Para mim e para a Dee. Chris? Christian? Por favor. Chrissy, por favor. Cadê você? Estamos aqui.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 03, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Não Pense (Primeira parte completa!)Onde histórias criam vida. Descubra agora