Apenas em Sonhos

II: Snape Explosivo

I

Alvo Severo Potter vivia com os seus pais e irmãos em uma casinha vitoriana nos arredores de Godric's Hollow, mas a sua vontade era de fugir para a Mansão Malfoy e ficar ao lado de Escórpio. Não conseguia mais suportar viver ao lado de Tiago Sirius Potter, que só o atormentou durante o verão todo. Sonso da Sonserina era o seu apelido que ecoava entre os corredores, e ninguém naquela casa parecia ligar para isso. Você tem o nome de dois diretores de Hogwarts, e um deles foi da Sonserina. Foi o homem mais corajoso que já conheci. Alvo não duvidava das falas do seu pai. Severo Snape, talvez tenha sido a melhor e maior figura que a Sonserina já teve depois de Merlin. Era a sua inspiração. Já leu duas vezes o Poções para (Não) Iniciantes, e esteve pessoalmente com Cassiopeia Snape, sua filha — inclusive, guardava aquela foto até hoje. Estava ele — tinha mais ou menos cinco anos —, seu pai, Cassiopeia e Erina Snape.

Alvo também gostava muito de poções. Tentou fazer sozinho, com os materiais que tinha em casa, uma poção do Morto-Vivo, e daria a Tiago Sirius para que ele nunca mais lhe atormentasse, mas não havia dado certo. Era uma poção um tanto avançada, e ele não tinha idade ou conhecimento.

Só que Alvo nunca pensou em desistir. Iria se livrar dos comentários maldosos do irmão mais velho, nem que seja por alguns minutinhos.

Alguém estava batendo na porta do seu quarto. Alvo escrevia na escrivaninha, e não queria falar com ninguém. Então a ouviu abrir e olhou para trás. Seu pai Harry já estava vestido para ir trabalhar.

— Oh meu filho... não vai descer para tomar café?

— Não quero. Não estou com fome.

— Tem algo te chateando? Pode dizer para mim que...

— O senhor sabe muito bem. — falou em um tom sombrio, e quase beirando ao choro — É o Sirius! Ele vive me atormentando, me chamando de Sonso da Sonserina... não aguento mais viver perto dele. Queria poder ficar alguns dias longe... na casa do Es...

— Não. Você pode ficar em qualquer lugar, menos na casa desse garoto.

— Por que não posso ser amigo do Escórpio? Essa rixa entre você e o pai dele não tem nada a ver com a nossa amizade.

Alvo não iria comentar com o seu pai sobre a amizade com Escórpio Malfoy, até mesmo pela inimizade que Harry nutria por Draco, mas Tiago Sirius fez questão de escancarar isso para todo mundo na casa assim que os dois retornaram das férias do ano letivo. Talvez Alvo nunca tenha visto seu pai tão irritado, falando que não era para chegar ou falar com aquele garoto, que assim como o pai, era preconceituoso e mal caráter.

— O senhor julga o Escórpio sendo que nem o conhece...

— Não preciso conhecer para saber que esse menino é uma péssima influência para você. — Harry se sentou na cama e Alvo virou a cadeira para encará-lo — Tem tantas pessoas legais dentro da Sonserina, como aquela Jojo Snason, e você vai justamente se aproximar dele.

— Eu também sou amigo da Jojo. E ela é do Escórpio. Aliás... fique o senhor sabendo que a Jojo gosta muito dele... e se ela ouvisse falar essas coisas dele... iria te dizer algumas coisinhas bem desagradáveis.

— De qualquer forma... é melhor que desça para tomar café, assim você não fica com fome.

Harry saiu do quarto e Alvo o ouviu descer as escadas para o térreo. O garoto pegou o seu celular ao lado dos livros e viu que tinha uma mensagem de Escórpio. Olhou para trás, verificando se não tinha ninguém o espionando e abriu o chat de mensagens do WitchInvader.

Cara, a Jojo não respondeu a minha mensagem desde ontem. Será que ela está bem? Estou bastante preocupado.

Alvo digitou rápido e apertou o enter para enviar.