VII: Felicity Ferguson (F.F.)

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I

Joanne aprontou mais uma! E desta vez, não tinha perdão.

Severo Snape se amaldiçoava por não ter escutado nada, ou imaginado que a filha iria fazer mais uma molecagem. Pegou o carro da mãe, foi para Hogwarts, e com os meros bônus de tê-lo jogado dentro do Lago Negro e ser vista por dois trouxas. Sua esposa Erina não parava de chorar... nem quis abrir a loja assim que receberam a notícia pela senhora Nettleship, que veio até a Casa de Pedra com um exemplar do Profeta Diário. A família tinha acabado de acordar, e até acharam suspeito que Joanne não ter se levantado.

— Bom dia, senhor Snape. A Erina já foi trabalhar?

— Ainda não. Estamos tomando café.

— É que... tenho uma coisa para mostrar a ela.

E foi neste instante que descobriram o que Joanne fez. A foto do Opala vinho 1980 sobrevoando uma estrada perto de um posto de gasolina e voando em direção ao oceano era destaque. E também a notícia de que ele fora destruído após um fogo de artifício tê-lo atingido e caído bem em cima do Salgueiro Lutador, foi o ápice para a sua esposa. Já Severo, irritadiço, foi até o escritório e escreveu uma carta bem raivosa para a filha... uma surpresa que ela jamais esqueceria...

Voltou para a sala de jantar após escrever sua carta cheia de ódio, como manda o figurino, e a senhora Nettleship ainda consolava Erina. Ela deve estar pensando que a minha filha morreu, pensou Severo ao achar que a senhora Nettleship pensara que sua esposa chorava por Joanne, mas não. O carro tinha sido destruído... uma das poucas lembranças que ela tinha da mãe.

— Calma... s-sua filha deve estar bem... ouvi dizer que duas meninas que estavam no carro conseguiram chegar em segurança para Hogwarts. E nas descrições, uma delas bate com a da Joanne...

— E-eu não choro por isso, senhora Nettleship... e-eu sei que a Jojo está bem...

— Ora? Então pelo que?

— O carro. — respondeu Severo, levantando a sobrancelha esquerda — Herança da família da minha esposa. A senhora disse que ele foi destruído, não? — ela fez sim com a cabeça; e Erina desabou em choro — Erina amava aquele carro... era a única coisa que a fazia se lembrar da mãe, que morreu na Batalha de Hogwarts.

— Oh, eu... e-eu sinto muito... n-não sabia desse seu apego pelo carro, Erina...

— Não tem problema, senhora Nettleship. E obrigada por nos avisar.

A senhora Nettleship se ofereceu para levar os pequenos Alan e Agatha Snape para a Escola Primária e Secundária de Ravenclaw's Pride, mas Severo disse que não precisava, pois passaria no Correio. Ela disse que ficaria mais um pouco, e aproveitaria para ver como estava Cícero. Alan ficou visivelmente irritado, achando que a senhora Nettleship estava desconfiando de que o porquinho não estava sendo bem tratado.

— Vou levar essa carta para o Correio. — mostrou para Erina, que tinha se acalmado após tomar duas xícaras de chá capim-cidreira.

— Severo... é para quem?

— Você sabe muito bem. — o envelope era vermelho, e tinha um selo singelo mostrando o brasão da família feito com cera prateada.

— Tome cuidado. N-não vai fazer nada que possa se arrepender depois.

— Não se preocupe. — Severo deu um beijo rápido nos lábios da esposa — Não irei me arrepender de nada.

Severo chamou os filhos, que já estavam com suas mochilinhas nas costas e foram de mãos dadas para o centro da aldeia. Atravessaram a praça, e passaram por um beco que ficava entre a loja de Erina e o mercado. Ali, chegaram em outra rua feita de paralelepípedos, onde ficavam a loja de varinhas Olivaras, uma alfaiataria, o pub Blue Solomon, outras lojas e o Correio, que ficava no fim da rua.

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