XIX: Blackpink

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I

Quando Joanne e Escórpio saíram da Floresta Proibida, aos trancos e barrancos, cansados e com fome — especialmente Joanne, que não se alimentou direito no jantar — deram de cara com uma surpresa nada agradável. Parados e com lampiões nas mãos, Hagrid e o professor Warren mostravam semblantes de preocupação, mas Warren misturava isso com raiva e decepção. Os garotos levaram um susto e queriam sair correndo para o lugar mais longe que suas pernas poderiam aguentar, e com consequência aumentaria a raiva de Warren, que os "caçaria" como um abutre prestes a pegar sua presa.

Bom, melhor enfrentar as consequências do que fugir.

— Vocês apareceram, finalmente. — disse Warren — Ainda bem que entendi quando perguntou na aula de hoje sobre as acromântulas, senhorita Snason. O que estavam pensando? Entrando na Floresta Proibida, que é cheia de perigos e criaturas que não teriam nenhuma pena em atacar crianças, e ainda por cima, ir atrás de aranhas assassinas...

Hagrid não gostou do tom que o professor tomou quando se referiu às acromântulas.

— T-também não precisa exagerar, professor Warren. Aragogue não era tão violento assim... pelo menos, não comigo.

— C-calma, professor... não é nada disso que o senhor está pensando... — disse Joanne, tentando se explicar — Só fomos lá conversar com a Mosague e entregar algumas oferendas, porque ela viu o responsável pela maldição do sono eterno e poderia nos dizer quem... — mas Joanne foi interrompida pelo professor.

— Vocês não podem fazer simplesmente o que querem. Desobedeceram as regras da escola, e poderiam ter sido mortos por essas aranhas. — novamente, Hagrid ficou revoltado com as falas do professor — E o senhor? Que decepção, senhor Malfoy... um dos meus alunos mais exemplares se comportar como um quebrador de regras. Estou muito triste com os dois, e por isso, vou tirar 25 pontos da Sonserina... de cada um.

Joanne arregalou os olhos e bateu o pé, em revolta.

— 50 pontos, professor? — questionou Joanne.

— Preferia que fosse 50 de cada um? — ela se calou, e abaixou a cabeça — Espero que aprendam, de uma vez por todas, que assim como na lei da física, toda ação tem uma reação. Agora, voltem para as suas salas comunais.

Joanne e Escórpio saíram tristes e de cabeça baixa pela perda dos cinquenta pontos, que poderia prejudicar muito o desempenho da Sonserina, e novamente, perder a Taça das Casas. Ao subirem a colina íngreme e chegarem na entrada das masmorras, Joanne parou de andar por um momento e encarou Escórpio, que parecia um Besouro-da-Melancolia, que não parava de resmungar.

— Não tem problema...

— O que?

— Disse que essa perda de pontos não deve ser um problema.

— Como não? Foram cinquenta pontos. Nem que fosse cinco pontos, já seria uma tragédia. Nossos colegas nunca vão nos perdoar por isso...

— Você se preocupa demais com o que aqueles putos vão pensar. Deixa eles. E outra que, por isso mesmo que valeu ainda mais a pena termos ido, pois sei exatamente quem é o responsável pelos ataques. — Joanne deu um beijo no rosto de Escórpio, que o deixou atordoado e com as bochechas avermelhadas — Obrigada por ter me ajudado e... desculpa por ter te ferrado...

— N-não t-tem p-p-problema, e-eu a-a-acho...

Joanne saiu saltitante pelo corredor e adentrou a sala comunal, sem Escórpio, que ainda processava no seu cérebro aquele beijo.

II

Era uma simples e tranquila noite de quinta feira. A família Snape jantou, e os pequenos foram cedo para a cama. A manhã seria importante para todos, pois ocorreria uma reunião extraordinária da Confederação Internacional dos Bruxos, onde ministros e diretores das escolas de magia estariam presentes, e Erina, como a cacique-supremo, precisava estar como um poder moderador. Ela não sabia do que se tratava, apenas recebeu aquela carta do líder dizendo que era um assunto bem sério.

Apenas em SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora