Apenas em Sonhos

VIII: O Doppelgänger de Hermes

I

O dia seguinte em Hogwarts começou tranquilo, e os comentários do Berrador cessaram. Joanne estava na aula de DCAT, rabiscando o que o professor Warren passara na sua primeira aula do ano. Mesmo depois do episódio com o Opala vinho, notava-se que sua irritabilidade continuava. Suas aulas sempre eram divertidas no começo do ano letivo, com direito a dança e músicas chatas dos anos 1980 em uma caixinha de som Beats — que ela nem sabia como aquilo pegava em Hogwarts — mas naquele foi diferente. Não havia clima de festa. Não havia clima de diversão. Não havia clima de merda nenhuma.

— Muito bem alunos... copiem o que está anotado no quadro negro, por favor. — disse ele, apontando sua varinha para o quadro vazio, que em segundos, apareceu várias anotações e mapas sobre feitiços protetores, especialmente Salvio Hexia e suas propriedades — Se precisarem ir na frente para enxergar melhor, não hesitem em se levantar. Assim que todos acabarem, farei as demonstrações.

Ele estava cansado, e isso ficou óbvio em sua voz embargada. Deve ter ouvido muitas reclamações da diretora, dos demais professores e se adivinhar, até os fantasmas reclamaram. Joanne estava se sentindo péssima... tudo que menos queria era causar sofrimento no seu professor favorito.

O que deveria fazer agora, é não se meter em nenhuma confusão... ficar na dela, e apenas na dela. Quem sabe, se tornar uma antissocial como seu pai e sua irmã Cassie?

Joanne pegou seu caderno e caneta tinteiro e foi para frente anotar o mapa explicativo do Salvio Hexia. Ao seu lado, apareceu algumas pessoas — eles não poderiam ficar muito em cima do quadro, senão o resto da turma que estava sentada não iria enxergar nada — incluindo Escórpio Malfoy e Rosa Granger-Weasley. Joanne, óbvio, quis ficar perto de Escórpio, dando um sorriso sem graça. Outra pessoa que apareceu foi Felicity Ferguson.

— Quanta coisa, né? — perguntou aos dois — O professor Warren não está perdoando, nem no primeiro dia...

— Culpa minha. — respondeu Joanne — Se não fosse pela porra do carro, o professor Warren não iria ficar estressado. Estou me sentindo muito mal...

— Você deveria ter pensado antes de fazer aquela besteira. — disse Escórpio, não em tom de severidade, mas preocupação — A intenção de nos homenagear foi nobre, mas perigosa. Você e a Hermes poderiam ter morrido. Aquele veículo estranho poderia ter caído bem em cima da gente...

— Eu sei que fiz cagada... prometo nunca mais fazer. Já não basta o Berrador que o meu pai enviou, e agora o nosso diretor deprimido... não quero prejudicar mais pessoas que eu amo. — Joanne olhou fundo nas órbitas de Escórpio — Aliás... você e o Sevie não ficaram irritados comigo, né?

— N-não ficamos, não... — Escórpio ficou com as bochechas avermelhadas — ... o Al até gostou da homenagem, pois aquilo deixou o irmão dele vermelho de raiva... — Escórpio pigarreou — Perdão pelo trocadilho. Mas saliento que, o que fez poderia ter machucado muita gente.

— Sim, e estou ciente disso.

Escórpio ficou por alguns minutos anotando tudo que estava no quadro, e depois voltou para a sua carteira junto com Alvo Severo Potter. F.F. deu uma risadinha de canto e deu alguns passos até ficar bem pertinho de Joanne.

— Hey. Ele gosta de você, é? — Joanne, que estava presa em seus próprios pensamentos, levou um susto.

— Ahn? O Escórpio? — Joanne olhou para trás, onde ele trocava alguma coisa com Alvo Severo (figurinhas ou doces escondidos) — Gosta sim. — respondeu com arrogância — Por que?

— Nada. É que... eu achei a atitude dele tão fofa... — F.F. falou em tom romântico — Parecia estar bem apaixonado. Espero que ele te peça em namoro.