XVII: Preparativos

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Atenção!!! Este capítulo contém fortes gatilhos para gordofobia e revenge porn, por isso, sigam com cuidado ou não leiam o capítulo. Estou disposta a conversar e tirar as dúvidas de vocês, caso tenham. Boa leitura!


I

Joanne não acordou disposta, pelo contrário. O frio parecia ter piorado e não queria se levantar de jeito nenhum. Em cima de seu rosto, estava uma bolinha de pelos pequena, e ao toque, reconheceu Polly. Ela estava comendo as melecas que ficavam no seu nariz — Joanne se admirava com o fato dos pufosos, literalmente, comerem qualquer coisa — pois sentiu a sua enorme língua presa em uma das mucosas nasais. Até parecia estar respirando melhor.

Joanne ficou sentada e pegou Polly e a esfregou mais no seu rosto. Era o seu gesto de carinho para com a pufosa, já era muito comum entre pufosos se esfregar uns nos outros. Por pensar nisso, se lembrou quando viu Aberama se esfregando demais nela que parecia ser outra coisa... será que era? Bem, ela não estranharia em nada, até porque o considerava já o marido de Polly.

— Bom dia, bebê. Feliz natal. — disse a menina — Dormiu bem? Você e o Abe não treparam enquanto eu e a Hermes estávamos dormindo, né? Não sejam como os meus pais, viu? Vocês dois não passam de pufosinhos crianças, que não podem fazer coisas feias.

Por sorte, talvez não tenha sido isso, pois Aberama dormia na casinha, bem escondido e coberto pelos fenos. Ele também parecia estar com muito frio. Joanne levantou e colocou Polly perto dele.

— Vai lá e esquenta o Abe. Vocês precisam ficar bem quentinhos, pois um precisa do outro. Os dois são um casal, entendeu?

Polly deu alguns passinhos e começou a se esfregar em Aberama e percebeu que o mesmo estava gelado. Ele ainda se recuperava da hipotermia que sofreu depois de ficar no meio da neve na fazenda da senhora Nettleship. Joanne não via a hora do verão chegar para que o pufoso dourado não sofresse mais. Pelo menos, ele estava tendo o apoio de sua esposa... a pergunta que fica é: como Joanne vai fazer o casamento deles? Precisa ser algo marcante e luxuoso... muita comida, brinquedos para pufosos, e claro... um bolo de chocolate com cobertura pintada de cor verde e dourado, para comemorar as misturinhas lindas que poderia ter caso Polly não fosse castrada.

Aquilo era tão triste... Polly poderia ter vários herdeiros, os seus amados Shelby brothers para formar uma gangue de verdade — não que ela não considerasse Cícero e Mephisto como membros sêniores, mas sua pufosa era muito exigente e não se sentiria bem se a gangue não fosse formada por membros de sua família, como ocorre nas máfias italianas — e comandar e recrutar outros seguidores.

Pelo menos, Aberama estava se esquentando. Ele era muito friorento, e piorou quando ele foi encontrado no meio de toda aquela neve, quase morrendo congelado. Abe era mais quieto e passava a maior parte na casinha dormindo, diferente de Polly que gostava de agitar até mesmo na pior das nevascas.

Joanne levantou da cama e começou a escutar um choro vindo do quarto. Era Alan Severo, com suas manhas matinais. Não dava para entender o que ele chorava, mas tudo indicava que o menino havia quebrado o celular de seu pai.

— Por favor, me perdoa... — dizia o pequeno; Joanne entendeu melhor quando se aproximou para ouvir. A porta estava trancada.

— Mas que inferno, Alan! — disse Severo — Eu já disse que você não quebrou.

— Quebrou sim... saiu a tampa.

— Não quebrou, menino. Olhe aqui.

Joanne sabia que o celular de seu pai era um modelo mais antigo que a tampa poderia ser aberta — o seu também era antigo, mas a Apple anda limitando os seus celulares faz algum tempo e tem certos modelos que nem mais vem o carregador — e como Alan estava acostumado a pegar o seu celular para ficar assistindo desenhos e jogando, pensa que todo modelo vem com a tampa fechada.

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