XVI: Os Segredos de Credence Barebone

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I

Véspera de natal, o significava apenas uma coisa: que hoje aconteceria a peça La Chanson des Vampire, com a honraria de ter o grande bruxo Severo Snape interpretando o famoso vampiro Nosferatu. Os membros da Casa de Pedra acordaram animados, iniciando com Erina Snape dizendo que não iria abrir a loja — o que foi uma enorme alegria para Severo, que não queria que ela saísse de casa — e Joanne estava experimentando seu melhor traje de inverno — apenas para experimentar, nada muito formal — que consistia em calças de lã pretas, moletom turquesa e saia cor de diamante do Minecraft — ela não sabia ao certo o nome daquela cor, se era turquesa, verde, azul ou sei lá, então ficava assim.

Hermes Warren lhe fazia companhia como sempre, no quarto da amiga e observando aqueles dois pufosos tarados. Desde que Aberama se juntou a Gangue dos Bichinhos, cenas lamentáveis dele com Polly Shelby, a pufosa verde neon, eram vistas. A maior parte das vezes era só ele se esfregando nela, o que era comum entre os pufosos, mas teve outras vezes que pegou Aberama em cima dela e fazendo certos movimentos involuntários de cópula. Agora, os dois só estavam dormindo.

— E ae? Ficou bom? — perguntou Joanne a ela.

— Sim, mas... cê não vai vestir isso agora, né?

— Óbvio que não, porra. É para a apresentação do pai hoje.

— Quem diria que o seu pai poderia ser um ator, e ainda mais interpretando o vampiro Nosferatu...

— Por que? Acha que ele não pode ser um grande ator renomado?

— Não é i-isso que eu quis dizer, mas não me acostumo como um homem do estilo do seu pai gostar dessas coisas, especialmente pelas histórias que o meu avô contava.

— E o que o professor Warren falava, hein?

— Que ele era muito fechado, na dele... bastante exigente e que exagerava com os alunos de Hogwarts. — Joanne estava querendo rebater, mas parou quando ela complementou — Mas era inegável o quão ele sempre estava disposto a ajudar as pessoas, e era também muito carinhoso com a sua mãe... do jeito dele, é claro.

— Ah bom, mas ele é carinhoso com ela mesmo... até demais. Eles ficam se agarrando o tempo todo, cara. Sinto só nojo dessa melosidade toda.

— Eu também, mas do que se trata a peça mesmo?

— Sei lá. Ele não falou até agora, e está fazendo muito mistério para o meu gosto. O pai é de fazer esse tipo de merda.

Joanne tirou todas as roupas e colocou trajes rotineiros e desceu com Hermes para tomarem o café da manhã. Como sempre, encontraram a mesa forrada de comida boa. Os outros ainda não tinham chegado, estando só Erina que preparava a mesa flutuando um bule de chá.

— Bom dia, meninas. Queiram se acomodar, por favor. — ela olhou para Joanne — Jojo, logo o seu pai vai descer.

As duas ficaram bem acomodadas e logo os outros integrantes dos Snape estavam chegando. Joanne já estava no seu segundo prato de torradas com salsichas e ovos fritos e nada do senhor Snape aparecer.

— Mãe! O pai não vai aparecer?

— Ele disse que iria se trocar, mas está demorando mesmo. Não se preocupem que o senhor seu pai logo deve aparecer.

E não demorou segundos para que ele aparecesse, ou melhor, se apresentasse. Joanne nunca pensou que poderia ver o seu pai tão belo. — ele já era lindo de qualquer jeito — Severo vestia um terno preto com um pano branco nos ombros formando um cachecol. A capa era forrada com uma camada em veludo roxa e seu rosto que já era muito branco, com a maquiagem ficou como um fantasma. Ao lado das bochechas tinha uma profundidade significativa que o personagem exigia e sombras abaixo dos olhos para simular obscuridade. As lentes brancas de vampiro que cobriam suas íris escuras e mais sombras escuras nas pálpebras e o batom preto nos lábios foram os detalhes que mais chamou a atenção de Joanne.

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