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— Seonghwa? — Só notei Yunho quando me chamou pela segunda vez.

— Hum? Vocês voltaram.

— Sim. Tá tudo bem? — Jeong olhou para Hongjoong dormindo no banco ao lado do meu na van e eu assenti.

— Estamos bem.

— Certeza? Aquilo de antes... — Ele já fala em um tom baixo para não acordar o Hon, mas quando o Kim acaba se mexendo dando indícios de que irá acordar, Yunho apenas fica quieto, esperando que ele volte a dormir tranquilamente. — Deixa. Nos falamos depois, ok?

— Ok.

Eu o vejo se afastando, indo conversar com Wooyoung sobre quem vai dirigir agora e sei que o carro atrás de nós no estacionamento, é de Sora e Sunmi. Hongjoong não deve estar realmente dormindo, porque acabamos de voltar, mas também não deve querer falar mais nada por agora. Só sei que as coisas parecem estranhas demais entre nós.

Olho para seu rosto pálido, o nariz fino, os lábios rosados e ouço sua respiração perto de mim. Vejo as gotas de chuva em suas roupas, nos fios úmidos... e tudo isso dói. Dói porque ele é o meu melhor amigo, a pessoa mais próxima de mim. Sem Jihyun, ele é a família que tenho aqui, a pessoa que deveria amar como irmão e proteger. Nós dois temos praticamente apenas um ao outro. Mas não é esse amor fraterno que sinto quando olho para ele assim.

Amo-o tanto que meu peito dói, o diafragma fica tensionado e não consigo respirar.

O amor deveria ser algo bonito, todos nós crescemos com esses paradigmas clichês. Eu não deveria ficar tão triste em saber que ele também sente algo por mim, mas agora outras coisas vem a minha mente e não consigo deixar de pensar que posso estragar tudo com a pessoa à quem fiz uma promessa de que ficaria sempre por perto.

Sempre achei que Hongjoong fosse duro demais consigo mesmo, aguentando as coisas que o pai colocava em sua cabeça, guardando essas coisas sem nunca contar para nenhum de nós como ele se sentia. Sempre tão fechado, sempre ficando tenso quando falava dos próprios sentimentos... sempre desviando do assunto. Ele nunca gostou de ser o centro das atenções.

Eu quero arriscar, poder segurar a mão dele e fazê-lo feliz se ele deixar. Mas Hongjoong é frágil e, sinceramente, não acho que ele esteja pronto. Tem tantas coisas que eu não sei sobre ele agora, que tenho medo de dizer a coisa errada, eu estou confuso sobre tudo o que ele disse e fez, estou duvidando que ele tenha mudado e achando que talvez... talvez ele sempre tenha pensado como eu e só queria fazer parecer que não. Ou talvez San tenha feito isso, talvez todas nossas brigas tenham feito ele perceber seu preconceito e seus sentimentos.

Sinceramente... estou cansado de pensar nisso.

— Hwa? — Yeosang está no banco da frente. Ele tem os fios descoloridos, como eu, porém mais longo, e o ajeita atrás da orelha. — Tudo bem? Você suspirou...

— A chuva parece mais forte. Acho que nossa virada de ano vai ser dentro da casa dos avós do Yunho — digo, olhando pela janela embaçada.

— Não parece tão ruim... — San fala, sentado no banco do outro lado do corredor, com a mão entrelaçada a de Wooyoung (que parece desinteressado no assunto) e os pés no banco livre ao lado de Mingi. — Pelo menos estamos juntos. Vai ser divertido.

— Que breguice, San. — Mingi revira os olhos, pegando sua câmera para nos filmar. — Mas é bom que algo legal aconteça, para eu gravar tudinho hehe. Se fizer calor, a praia vai estar cheia de mulheres, então saí pra lá com isso de que vai ficar só chovendo e "tá tudo bem", San.

Hongjoong se espreguiça ao meu lado bem no momento em que Yun grita lá da frente que estamos chegando, só mais alguns minutos.

— Ainda está com sono? — pergunto baixo, olhando para ele enquanto está vendo a chuva com os olhos sonolentos.

Boys Like Boys » seongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora