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Eu poderia fugir. Cogitei essa ideia por algumas horas enquanto estava acomodado no sofá marrom da casa de praia, assistindo Mingi e Wooyoung brigando por uma prancha que Yunho achou debaixo de uma das camas dos quartos de hóspedes. Yeosang foi caminhar com o Jeong e deixou San e eu responsáveis por esses dois pestinhas, mas estou aqui, só curtindo a brisa com cheiro de mar, o calor abafado por uma garoa leve que não os impediu de ir para praia e pular no mar. Não quero saber da briguinha deles, não quero ouvir San falando de quando pulou ondinhas no ano novo, eu só quero fugir, relaxar na areia úmida e respirar ar puro, porém estou com preguiça.

É cansaço, depois de horas limpando a casa da bagunça deles e cozinhando para o café da manhã, depois almoço e jantar. Isso faz com que eu suspire e finalmente me levante.

— Vou tirar um cochilo. San, não deixe eles quebrarem a prancha em dois.

— Não se preocupe, acho que logo um deles desmaia o outro com uma daquela na cabeça. — San sorri, tranquilinho desde que resolveu tudo com Wooyoung. Eu gosto de vê-lo assim, me alivia que estejam todos bem.

Vou para o quarto que ficou comigo e Hongjoong, porque somos melhores amigos e não saberíamos explicar para os outros porquê não íamos ficar no mesmo quarto. Sinceramente, eu entendo que o ideal agora seria lhe dar espaço como no ano novo, mas no fim, esse é o quarto que peguei. Hongjoong parece muito confuso, até mesmo perdido sobre o que fazer e como agir desde aquele dia.

Ele está deitado de bruços, olhando para a porta que estava fechada, bem onde estou agora, e é fofo quando diz com a bochecha amassadinha:

— Precisa de mim pra alguma coisa?

— Não, pode continuar relaxando. Os outros só estão zoando lá na sala e o Yunho foi dar uma volta com Yeosang. — Sento em meu colchão, com as mãos sentindo o lençol sob elas. Lentamente levo as costas para trás, me sentindo ainda mais confortável no colchão do que estava na sala. Não posso ver Hongjoong desse ângulo, então encaro o teto e penso em como estamos agindo agora.

Nós somos melhores amigos ainda, certo? Mas eu gosto dele e ele gosta de mim, é só isso que muda.

— Hwa?

— Hum?

— Quer experimentar aquela hidromassagem?

Levanto meu tronco com os cotovelos apoiados na cama e sorrio, assentindo.

Ambos levantamos num pulo e pegamos nossas toalhas, indo para o quarto principal.

A hidromassagem começa a encher e enquanto isso nos sentamos na beirada, olhando de relance um para o outro, mas sem dizer nada.

Eu juro, parecia uma boa ideia.

— Você vai visitar seus pais, né?

— Depois da viagem, sim — respondo.

Faz anos que nós dois não ficamos separados e por um momento eu quase esqueci de que ele não teria para onde ir se brigasse com o pai novamente.

— Por que você não... vem comigo e a Jihyun? — sugiro. A água está batendo nos meus tornozelos ainda, me pergunto se dá pra tomar banho assim todo dia ou se eles teriam que deixar cheia pra não ter que demorar tanto nos outros dias, tipo uma piscina. Eu sei a resposta, mas me choca o gasto de água.

— Viajar? Não! Meu deus, é outro país, Hwa. — Ele ri, mas eu falo sério. Consigo imaginar Jihyun curtindo por lá nas férias, mas para mim provavelmente seria um tédio.

— Vamos, Hon... Eu falo com meus pais, eles conseguem uma passagem pra você, fácil. E é justamente por ser outro país que você deveria querer ir! — Abaixo e pego um pouco de água com a mão para jogar no seu rosto.

Boys Like Boys » seongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora