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Eu beijei Hongjoong.

Tipo, eu realmente o beijei.

E estou fazendo isso de novo enquanto deitamos no colchão confortável do hotel e sorrimos apaixonados demais para explicar.

Ficamos lado a lado e finalmente conversamos como antigamente. O filme é descartado enquanto falamos de quase tudo, do time, dos nossos amigos e de coisas fúteis. Ainda não sobre isso.

Não consigo entender essa mudança repentina, mas não quero questioná-la. Não agora. Não ainda.

Tento não ficar com cara de bobo quando ele acaricia o topo da minha cabeça e me olha fundo nos olhos, me ouvindo montar uma lista de lugares para irmos amanhã.

Quando acordo, ele ainda está na mesma posição, deitado ao meu lado e virado para mim. Sua mão no meu cabelo, e o corpo coberto pelos raios de sol, que são fracos lá fora. Já é o fim da manhã mas o dia não parece quente o suficiente para irradiar luz sobre nós.

Fico olhando-o, repetindo nosso beijo na mente e me perguntando quando será o próximo.

Sou jovem e tolo, apaixonado demais para desistir e ao mesmo tempo medroso demais para confiar que tudo isso é real.

Ouço o som de uma porta sendo aberta no nosso corredor e lembro-me da minha irmã. Seja lá o que ela esteja indo fazer, não nos incluí, porque Jihyun não manda mensagem e nem me chama no meu quarto — eu espiono.

Por isso continuo deitado com Hongjoong e me deixo cair novamente no sono.

Quando acordo pela segunda vez, Hongjoong está olhando para mim. Está quieto e sério, enrolando um fio do meu cabelo no dedo e o soltando com cuidado.

— Bom dia — diz ele, baixo, sem muita vontade. Parece com preguiça.

— Bom dia — devolvo, com um sorriso pequeno. Meu coração está batendo rápido e meu cérebro diz que devo tomar cuidado. Não sou tão burro a ponto de achar que todos os nossos problemas estão resolvidos. — Quer sair pra comer? Acho que Jihyun saiu mais cedo.

— Pode ser. Ela comentou que iria passar em um salão de beleza, ontem.

— Por quê? — questiono, imaginando o motivo. Algo relacionado com meus pais provavelmente. Ou um encontro? Mas quem minha irmã iria encontrar aqui? Jihyun tem facilidade em fazer amigos, mas não consigo lembrar de ninguém com quem ela conversou por aqui.

— Um jantar com os sócios dos seus pais pra construção de um hospital, ao que parece... Não lembro do nome que vão dar, mas é o de um político pelo visto.

Esforço-me para não revirar os olhos. Tento ser compreensivo e isso deliberadamente consome muita energia e algum tempo, no qual fico em silêncio antes de sugerir irmos nos arrumar para sair.

Não quero gastar mais tempo pensando neles. Quero focar em mim e em Hongjoong. No que temos agora. Por isso, volto ao meu quarto e, depois de tomar banho, me arrumo bem o suficiente para estar bonito mas confortável para passar o dia fora.

Passo algum tempo olhando minha aparência no espelho do banheiro, decidindo que preciso pintar o cabelo outra vez. Talvez eu peça outro favor ao Hongjoong já que funcionou bem da última vez.

— Finalmente — Hongjoong diz quando saio da minha suíte. Ele está mexendo no celular enquanto fala. — Jihyun me ajudou com uma coisa. Uma... surpresa. Então não temos todo o dia livre.

Assinto e abro um sorriso. Ele está lindo como sempre, mas hoje parece que há algo mais nele. Eu não sei o quê é, mas eu amo isso.

Com meus olhares indiscretos, o rosto dele fica vermelho, bem diferente do habitual. Vê-lo envergonhado ainda é muito novo pra mim, mas eu gosto.

Boys Like Boys » seongjoongOnde histórias criam vida. Descubra agora