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Hongjoong

Eu não menti quando disse que confiava no Seonghwa.

Mas... por que é que ele não me deixa olhar o resultado no espelho e ficou irritado comigo do nada?

Eu repenso tudo o que eu disse hoje a tarde, mas não sei se algo homofóbico ou machista saiu. Eu acho que não. Será que eu fiz alguma coisa errada, então?

Olho para minhas unhas pintadas no meu colo e espero ele terminar de secar meu cabelo com sua expressão meio cinza. Parece irritado, mas não quer parecer ao mesmo tempo.

Cara, o que eu fiz?

— Hwa...? — chamo baixinho, até mais suave do que o normal.

Ele não responde, mas tenho certeza que ouviu, porque o secador parou por um segundo e depois ele mudou a direção.

Como eu vou consertar isso se nem sei o que está errado?

Fico irritado.

Seguro em sua camiseta, e o puxo até que ele caia no meu colo, com o secador ainda ligado soprando ar sobre meu rosto.

— Amor.

— Pare. — Ele fecha os olhos como se estivesse lutando contra o poder dessa palavra na minha boca. E suspira antes de abri-los de novo. — Está bem. Olhe. — Ele desliga o secador, o empurra sobre a pia do banheiro, e tenta levantar, mas eu continuo segurando sua cintura até que ele olhe para mim.

— Qual é o problema? — Talvez ele ache que estragou meu visual, mas não vou ficar bravo por isso. — Eu não vou ficar bravo com você. Independente do resultado.

Seus olhos se estreitam na minha direção e ele franze as sobrancelhas. Droga, acho que disse a coisa errada.

Seus braços abraçam meu pescoço de repente e ele aproxima o rosto do meu, olhando diretamente nos meus olhos.

Parece que ele vai falar. Ele suspira e espera mais um segundo e...

— Se eu souber que você aceitou qualquer elogio de pessoas com segundas intenções, eu vou fazer da minha ameaça pro Wooyoung, sua ameaça — ele avisa num tom cortante e eu arregalo os olhos, surpreso. É muito difícil ele falar assim comigo. Nós já brigamos antes e ele já jogou umas coisas na minha cara num tom parecido, mas é diferente.

Puxo um fio de seu cabelo para trás de sua orelha. Seonghwa tem essa aura ao redor dele, algo que me dá um frio na barriga e coragem. Ele pega minha mão quando acaricio sua orelha de leve e seus olhos escuros estão nos meus, depois sobre a minha boca.

Empurro minhas costas para frente e deslizo o nariz sobre o dele, instigando-o a me beijar com minhas mãos em sua cintura. Mas ele hesita, sem deixar para trás o que o irritava.

Ele está com ciúmes.

— Certo. Posso ver agora? — digo.

Ele vira o rosto para o espelho e se inclina em meu colo quando eu afrouxo o aperto em sua cintura, para puxar a toalha que usou para cobrir o espelho e garantir que eu não visse nada.

Eu fico surpreso quando vejo meu reflexo. Ok. Não era o que eu imaginava.

Puta merda! Passo a mão pelo cabelo, checando todos os lados enquanto Seonghwa me encara pelo espelho, não muito animado.

Vermelho, sem dúvidas, combina demais comigo. Eu sorrio e olho para ele e não contenho minha animação quando puxo seu rosto e o beijo.

Seonghwa recebe meu beijo estalado e deixa eu beijar sua bochecha e abraçar sua cintura e... Céus, ele finalmente sorri.