Lucy: Você acredita em amor à primeira vista? Não aposto que não. Você deve ser muito sensivel para isso. Ou já viu alguém e soube que, se aquela pessoa realmente conhecesse você teria, é claro, se livrado da modelo perfeita com quem estava e se daria conta de que você era a pessoa com quem queria envelhecer? Alguma vez já se apaixonou por alguém com quem nunca conversou?
(Enquanto você dormia)
Eu não consegui acreditar que já era a hora quando acordei hoje cedo, aliás, quando eu fui acordada pela minha mãe, já que o despertador cansou de tocar e eu nem escutei. Pra mim ainda era plena madrugada, eu precisava dormir mais umas duas horas no mínimo! Lembrei-me do tal hord rio de verão e já me arrependi de ter elogiado tanto.
Depois da saída a jato de domingo à noite, eu fiquei bem quietinha em casa durante o dia inteiro ontem. Vi uns filmes na televisão, fiz o dever de Física, conversei no telefone com a Gabi, que ficou um tempão me contando sobre a viagemdela pra Tiradentes, depois fiquei brincando no Facebook até umas oito horas da noite, quando a Natália e a Júlia (que tinha acabado de chegar de viagem) passaram aqui, perguntando se eu não queria ir ao cinema com elas.
Não pensei nem meio minuto. Minha relação com cine ma é meio sistemática. Eu sou louca por filmes. Foi paixão à primeira vista desde a primeira vez que a minha mãe, quando eu tinha três anos de idade, levou o meu primo e eu para as sistirmos a Branca de Neve. Enquanto meu primo ficou cho rando com medo da Bruxa Malvada, eu fiquei rindo da cara dele, fascinada com aquele mundo até então desconhecido, cheio de magia, luzes, cores... e desde aquele dia fiquei vicia da. Atualmente, anoto e classifico cada filme que assisto com estrelinhas - uma para péssimo, duas para mais ou menos, três para bom, quatro para ótimo, cinco para perfeito - e todos que ganham cinco estrelas, faço questão de adquirir para o meu maior xodó, que é a minha coleção de DVDs.
Eles ficam enfileirados na minha estante, todos os 55 filmes que já tenho. Assisti a cada um deles tantas vezes que cheguei ao ponto de quase decorar as falas. Inclusive anoto todas as minhas frases preferidas ditas por personagens, e- na minha opinião - os melhores livros são os roteiros. A Gabi diz que isso é obsessão, mas o meu pai falou que é um hobby até saudável, que, pelo menos, estou estimulando a imaginação e a criatividade. Mas eu digo pra ele que isso não é apenas um hobby... é vocação. Juro que um dia ainda vou trabalhar com isso. Serei diretora ou roteirista. Atriz não, porque sou muito tímida. Mas, com certeza, minha futura profissão está relacionada com cinema.
Tem gente que chega dentro do meu quarto e acha que eu tenho uma locadora, já vem logo me pedindo um filme em prestado. Digo não sem nem piscar. Não é egoísmo, mas tenho uma história com cada um desses DVDs, e ver aquele buraco na estante me faz ter vontade de ligar de um em um minuto pra perguntar se o filme está passando bem. Então, prefiro negar de cara, aliás, preguei um anúncio na estante:
NÃO DOU, NÃO EMPRESTO, NÃO VENDO!
Mas você é bem-vindo para assistir AQUI sempre que desejar.
Só que ver filme no cinema é diferente de ver na minha casa. Primeiro, porque as cadeiras - mesmo nas salas mais mo dernas - são muito desconfortáveis! Quando eu consigo um jeito de sentar de um modo que o meu joelho não bata na cadeira da frente, a pessoa de trás é que fica batendo o dela na minha. O ar-condicionado é tão gelado que eu tenho vontade de levar um cobertorzinho na bolsa e me enrolar no meio do filme. Além disso, sempre tem um cabeçudo na frente tam pando a metade da tela. E fora os engraçadinhos que parece que vão ao cinema pra ficar rindo, fazendo palhaçada para os amigos e jogando papel de bala no cabelo da gente! Então, sinceramente, se a minha curiosidade permitisse, eu preferiria esperar o filme sair em DVD três meses depois e assistir dei tadinha na minha cama, comendo brigadeiro, feliz da vida e sem interrupções. Só que eu nunca resisto. Tenho que assistit ao filme na semana em que ele estreia no cinema, senão al guém inventa de contar o final e estraga a graça toda!
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fazendo meu filme
FanfictionFani, uma menina de 16 anos que mora em Belo Horizonte. Com uma escrita sem pressa, somos introduzidos na vida dessa adolescente e no seu dia a dia. Acompanhamos sua vida na escola, sua preocupação com as notas e a aprovação, seu relacionamento com...