Alice: Seria tão bom se alguma coisa fizesse sentido pra variar!
(Alice no País das Maravilhas)
Acordei hoje cedo com uma sensação estranha. Eu sabia que tinha alguma coisa diferente, mas não lembrava o que cra. Fiquei com medo de estar atrasada para a aula, mas me lem brei que era sábado. De repente, uma coisa peluda raspou no meu pé e eu dei um pulo só! Ainda bem que eu não gritei, senão teria acordado o pessoal todo da casa da Gabi, que é onde eu me lembrei de repente que tinha dormido. A "coisa peluda" era o Mignon, o gato deles, que devia estar morrendo de fome e tentando chamar a atenção de alguém.
Aos poucos, fui me lembrando dos eventos da noite pas sada. Os pais da Gabi fizeram uma festa de bodas de prata, e ela convidou a gente (eu e o Leo) para "não ter sozinha no meio da velharia". que ficar
Tinha tempos que eu não via uma festa tão animada! Os garçons - que passavam servindo cada salgadinho mais chique do que o outro - tinham que tomar cuidado para se desviarem das pessoas sem derrubar nada.
A festa estava marcada para as 21 horas, logo após a missa que eles mandaram celebrar. Eu não consegui ficar pronta a tempo da missa, já que a Gabi avisou meio em cima da hora e eu ainda tive que ir com a minha mãe ao shopping pra comprar um presente para os pais dela. Então, fui direto pra festa, morrendo de vergonha.
Eu resolvi vestir o meu vestidinho preto longuete de chiffon que tem uma fenda na perna direita até a altura do joelho, prendi meu cabelo em um coque um pouco desfia do (mesmo sabendo que coques não duram muito tempo no meu cabelo), passei sombra, rímel, corretivo e gloss e pedi para o meu pai me levar.
O meu irmão estava chegando em casa nesse momento - ele faz faculdade de Medicina no interior e vem aos finais de sernana - e perguntou onde era o baile.
"No reino de Far-far-away, e eu vou voltar de lá transfor
mada em ogral", eu respondi pra ele.
Ele disse: "Contanto que seu 'príncipe-ogro' seja bem rico e arrume um emprego bem legal para o cunhadinho dele, você pode se transformar no que quiser!".
Esse Alberto... o engraçado é que a gente costumava bri gar muito antigamente, mas, depois que ele foi para a facul dade, eu tenho sentido saudade. São quatro anos de diferença entre nós, mas eu sempre fui mais próxima do meu outro ir mão, o Inácio, que é 12 anos mais velho do que eu. Quando o Inácio se casou, eu tinha só dez anos e achei muito estranho aquele casamento corrido, de uma hora pra outra. Depois de um tempinho, quando a minha sobrinha nasceu, é que eu fui entender o motivo de tanta pressa. Mas parece que ele não gos ta de perder tempo. Depois dela, sobrinhos, gêmeos, e é por causa dessa sobrinhada toda que eu ganhei mais dois eu não posso ter um cachorro, tendo que me contentar com a
Josefina, que não solta pelos nem causa alergia em ninguém. O Alberto se ofereceu para me levar à festa, e eu achei até bom, já que é sempre melhor ser vista acompanhada por umcara bonitinho do que pelo próprio pai. Chegando lá, o Alberto
mandou que eu tivesse juízo (ah, tá, olha só quem fala...) e eu en
trei no prédio da Gabi, rezando pra me encontrar com ela logo.
Eu estava entrando no salão de festas, tentando localizar algum rosto conhecido no meio da multidão, quando senti um copo gelado encostando nas minhas costas (que estavam descobertas por causa do modelo do vestido). Virei rápido e dei de cara com o Leo, rindo daquele jeito dele que dei xa aparecer uma covinha. Eu fiquei tão aliviada por não ter mais que entrar sozinha no meio daquela gente toda que dei o maior abraço nele! Nesse momento percebi o quanto o Leo estava cheiroso. Me afastei um pouco para comentar e foi aí
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fazendo meu filme
FanfictionFani, uma menina de 16 anos que mora em Belo Horizonte. Com uma escrita sem pressa, somos introduzidos na vida dessa adolescente e no seu dia a dia. Acompanhamos sua vida na escola, sua preocupação com as notas e a aprovação, seu relacionamento com...