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Cameron: Eu estou morrenda Ferris: Você não está morrends você apenas não conseque pensar em nada de bom

(Curtindo a vida adoidado)

Esta é supostamente a última semana de aula do ano e, contraditoriamente, a que demora mais a passar. Todos os professores ficam fazendo revisões, nada acontece de novo e ainda tem a tensão das provas finais na semana que vem.

Eu comecei a semana bem desanimada, quase não fui à aula na segunda-feira ainda pelo trauma do dia anterior, mas minha mãe nunca me deixaria matar aula no fim do semestre, que-segundo ela é quando os professores dão os pontos de participação.

Pois se depender da teoria da minha mãe, quem estiver precisando de ponto de participação pra passar de ano já levou bomba... a confusão da sala era tanta que não teve um p sor que não perdesse a paciência. Acho que todos os alunos estavam na expectativa tanto pelas provas quanto pelas férias e, com isso, cada um ficava tentando falar mais alto do que o outro, comentar, participar das conversas alheias, tirar dúvi das antigas... como se não bastasse, alguém inventou de levar uma camiseta do uniforme para os colegas assinarem como lembrança. No dia seguinte, todo mundo imitou e só se viam camisetas passando, pessoas rindo de algumas assinaturas, outras elogiando... acho que a única pessoa que não estava naquele clima descontraído era eu.

Meus sentimentos estavam completamente misturados. Eu não queria acreditar que o Marquinho era casado, me perguntei várias vezes se eu não teria entendido errado, mas a Gabi disse que ela tinha escutado perfeitamente e que era isso mesmo o que ele tinha dito. Eu argumentei que ele não usava aliança, mas ela falou que muita gente não gosta de usar porque incomoda ou para não ter perigo de perder ou estragar, e que talvez - numa possibilidade ainda pior - ele possa até usar perto da mulher, mas esconder quando fica longe dela.

O Leo, depois de insistir várias vezes para eu contar o mo tivo da minha tristeza, desistiu e falou que, se eu quisesse me abrir, poderia procurá-lo a qualquer momento. A Gabi chegou à conclusão de que eu precisava daquele tempo de introspec ção e também me deixou quieta no meu canto. O resto do pessoal atribuiu o meu isolamento ao meu futuro intercâmbio e só falavam que era pra eu aproveitar os últimos dias de aula e deixar para ficar pensativa quando já estivesse viajando.

Por incrível que pareça, o tal intercâmbio era o único pensamento que me aliviava. Eu só ficava pensando que ja neiro podia já ser depois de amanhã, para eu não ter que me preocupar com provas, com férias, com Natal, com nada.

Chegou quarta-feira, A Irmã Maria Imaculada, vendo o estado em que a sala se encontrava, pediu para que a gente colocasse as carteiras em círculo porque ela queria fazer um exercício para a gente relaxar, atribuindo o tumulto dos alu nos ao nervosismo pelas provas finais. Eu fiquei só imaginan do o que iria virar aquela sala se relaxasse ainda mais...

Ela pediu que cada um arrancasse uma folha do pros cademo e escrevesse em uma letra bem legível o nosso n completo, no alto da folha. Depois, falou para todo mundo ir passando as folhas para a direita até ela mandar parar e cada un hcar com uma folha com o nome de outra pessoa na mao, was que não era para a gente falar com a folha de quem tinha ficado, Por incrível que pareça, todo mundo estava calado, pes

tando muita atenção nas instruções e tentando entender com

aquele jogo iria terminar.

Ela continuou a explicação: "Em seguida, você vai es ver em apenas uma linha e com letra de forma o que você acha da pessoa cujo nome está na folha que você está seg rando, sem assinar. Apenas escreva, passe para a direita e faci a mesma coisa com todas as folhas até que todo mundo ten escrito sobre todas as pessoas. Caso você pegue a sua própra folha, não leia, apenas passe para a direita rapidamente. Ques do terminar, todos irão receber a sua folha de volta e af tadi um poderá fazer uma autoanálise a partir do que ler, a pare da percepção da imagem que as outras pessoas têm de você

fazendo meu filme Onde histórias criam vida. Descubra agora