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Lizzie: Eu disse que eu te amo. Peter Essa é uma notícia muita boa. Eu achei que eu estivesse sozinho no departamento amoroso. Lizzie: Bem, acontece que você tem companhia....

(Wimbledon - o jogo do amor)

Querida Fani,

Nesse momento, você deve estar passando por cima da mi nha cabeça, nos ares. Eu devo estar olhando para cima e pensando: "Lá vai o meu amor".

Vou te contar uma historinha,que um dia - se você virar(e eu tenho certeza de que você vai) uma roteirista de ci nema bem famosa - você pode transformar em um desses filmes de amorzinho de que você gosta tanto.

Era uma vez um Menino que era amigo de um monte de gente. Certo dia, apareceu na vida dele uma Menina que não era amiga de quase ninguém, que gostava de dizer que qualidade era mais importante do que quantidade, mas que achou que aquele Meni no fosse digno dos tais poucos amigos que ela contava nos dedos da sua mão direita.

Os dois se tornaram inseparáveis, e o Menino perce beu que os momentos mais coloridos da vida dele eram pas sados ao lado dela. Ele começou a ter vontade de passar mais e mais tempo com aquela Menina e passou a fazer de tudo para que ela notasse isso (gravou músicas, escreveu declarações de amor anônimas...), só que nada adiantou.

Depois de reparar muito, ele descobriu que ela não percebia o amor dele porque não era com ele que a Menina queria ficar, mas sim com um outro cara, mais velho, que não tinha nada a ver com ela. O Me nino ficou com muita raiva. Ele queria bater naquele cara, mas não queria que a Menina descobrisse que ele sabia da paixão secreta dela.

O Menino percebeu que tinha que esperar que a Menina descobrisse por ela mesma que o tal cara não prestava. Só que, nessa espera, apareceu uma outra menina na vida do Menino e ele pensou que talvez ela pudesse fazer com que ele se esquecesse da Menina.

Quando a Menina finalmente entendeu que aquela paixão dela não valia a pena, o Menino pu lou de alegria, apesar de ter ficado triste pelo fato dela estar sofrendo. Acontece que, nessas alturas, ele já es tava com a outra menina e, como ela era muito ciu menta, não deixava que ele chegasse muito perto para consolar a Menina, como ele gostaria.

Um belo dia (diz-se dia, mas na verdade era noi te), aconteceu um baile. O Menino não queria ir, mas a Menina fez o Menino sentir como seria importante para ela se ele fosse... então ele foi, mas chegando lá percebeu duas coisas.

A primeira ele já sabia: que a menina com quem ele estava não merecia que ele passasse nem mais um segundo ao lado dela. E a segunda coisa que ele também sabia, mas não tinha ideia de que era tanto - era que ele estava (sempre tinha sido) apaixonado por aquela Menina, que era bem mais do que uma amiga aos olhos dele.

Ele acordou no dia seguinte àquela festa muito triste e chegou à conclusão de que deveria se afastar dela a todo custo, não só porque ser apenas amigo era muito ruim, mas porque, em pouco tempo, ela iria viajar para terras distantes, e já que ele teria que ficar sem ela mesmo, era melhor que se acostumasse logo com essa ideia.

Só que, quanto mais ele se distanciava, mais ela se aproximava. Ela não tinha ideia de como estava sendo difícil para ele tratá-la com tanta indiferença. Mas mesmo assim ele não sucumbiu e deu um jeito de ir para longe.

Mas o acaso não quis de jeito nenhum deixar que o Menino seguisse o plano dele. A Menina deu sinal de vida do lado de lá, e ele tremeu na base do lado de cá. Derreteu-se completamente, mas ainda assim ten tou cumprir a resolução de só encontrá-la no último dia, para uma rápida despedida.

Só que ele não contava com uma surpresa. E que surpresa! A Menina criou para ele um presente, em formato de embrulho quadradinho. Quando ele abriu,saíram chocolates, estrelas, corações, balas... todas as coisas deliciosas que ele sempre quis dela, mas que já tinha perdido a esperança de receber. O presente dela encheu a vida dele de melodia.

Ele passou a noite em claro, primeiro ouvindo to das aquelas músicas, repetidas vezes, sem cansar, sor rindo para o teto, como se ele tivesse sido o premiado de um grande sorteio. E era assim que ele se sentia. Ganhar o amor daquela Menina era o melhor prêmio que ele poderia desejar.

Mas, de repente, o Menino entristeceu-se.

Não era justo que ele fosse egoísta ao ponto de querer viver aquela felicidade naquele momento, na quele exato instante em que a Menina estava indo conhecer outros mundos. Se ele já tinha esperado tan to tempo, poderia esperar um pouco mais... um ano a mais.

Ele não queria que a Menina fosse viajar triste, imaginando o que estaria deixando para trás.

Ele queria só o bem dela. Ele queria que ela fosse tão feliz quanto o fazia.

Sendo assim, o Menino bolou um plano. Ele ia fazer de conta de que não sabia de nada, porque quando ela descobrisse a verdade - por uma carta que ele ia entregar - ela já estaria distante e teria várias novidades do nele. que não deixariam que ela ficasse pensan

O único porém é que ele não aguentaria vê-la indo embora. Então ele resolveu se despedir antes. Para que a imagem dela na cabeça dele ficasse sem pre aquela.

Da Menina linda que entrou na vida do Menino para encher tudo de cor.

Fanizinha, o resto da história acho que você já imagina. Cheguei presente. em casa ontem do Rio e fui direto ouvir o seu

Eu te adoro, sempre adorei, mas não contava que esse CD fosse me contar que isso era recíproco. É reciproco? Ainda não consigo acreditar... Posso estar sendo bobo, enxergando o que eu quero ver, deixando a minha imagina ção tomar conta, mas estou apostando no meu coração e tentando me convencer que isso tudo pode ser real.

Desculpe-me mais uma vez por ir ao aeroporto. Eu não queria zer chorar. chorar na frente de todo mundo. Nem te fa

Me faz um favor? Aproveita muuuito a sua viagem, com que ela faça compense o tempo que a gente vai ter que ficar separado. Curta tudo, mais linda do que já é. seja feliz, para que você volte ainda

Um ano passa muito rápido.

E eu vou estar ·aqui te esperando.

Te adoro. Lembre sempre disso.

Um milhão de beijos.

Leo

fazendo meu filme Onde histórias criam vida. Descubra agora