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Harry: Eu amo quando você sente frio mesmo que faça 22 graus lá fora. Amo que você leve uma hora e meia pra pedir um sanduíche. Amo essa sua ruquinha na testa quando você olha pra mim como se eu fosse doido. Eu amo sentir o seu perfume nas minhas roupas depois de passar o dia com você E eu amo que você seja a última pessoa com quem quero falar antes de dormir. E não é porque estou solitário, nem porque é Réveillon Vim aqui esta noite porque, quando você percebe que quer passar o resto da sua vida com alguém, você quer que o resto da sua vida comece o mais cedo possível

(Harry & Sally - Feitos um para o outro)

O final do ano acabou sendo melhor do que eu imagina va. Primeiro, pelo telefonema. Depois daquele dia realmente eu relaxei, não tinha nada que eu pudesse fazer a não ser esperar... minha única preocupação era que a Dona Maria Carmem tinha dito que eles iam voltar no dia 6... bem no dia da minha viagem! Será que o Leo estava lembrando?

Tentei não pensar muito nisso e concentrar-me nas fes tas. Ganhei de Natal vários DVDs que eu queria. Da minha mãe ganhei O diário da princesa 2 e Um lugar chamado Notting Hill; meu pai me deu Ray, Menina de ouro e Leoni ao vivo; a Juju (na verdade o meu irmão Inácio) me deu Irmão urso; da Gabi eu ganhei Filhos do paraíso (só faltei bater nela, claro que eu não vou conseguir desvincular nunca este filme do Marquinho) e da Natália, Meninas malvadas.

O Alberto me deu uma caixa de bombom da Kopenha gen, diz ele que era para eu comer enquanto via os quinhen tos filmes que eu tinha ganhado... Além disso, as minhas tias me deram várias roupas de frio para a viagem e as minhas duas avós combinaram e juntas me presentearam com um conjunto de malas cor-de-rosa! Adorei tudo. Ainda bem que minha mãe tinha providenciado presentes para eu dar pra todo mundo, senão eu ia ter morrido de vergonha.

Mas foi o Réveillon que realmente surpreendeu. Eu e a Natália combinamos de ir ao show do Skank, que ia ser no clube. Foi a primeira vez que o meu pai deixou que eu passasse o Réveillon em uma festa dessas, já que ele acha que nessas ocasiões todo mundo bebe, passa mal, briga... que tudo oferece perigo! Mas acho que, pela proximidade da minha viagem e por eu ter passado de ano depois de tanto esforço, ele acabou ficando meio comovido. Ou talvez tenha sido só porque o meu irmão resolveu ir também e assim ele não teria que dar uma de chofer em plena passagem de ano, que o Alberto faria esse papel.

A gente passou pra buscar a Natália e o Sr. Gil estava es perando junto com ela na porta. A Natália só faltou morrer de vergonha quando ele olhou para o Alberto de cima a baixo e perguntou se ele tinha carteira de motorista. Só que o Alberto,quando quer, sabe conquistar as pessoas. Ele cumprimentou o Sr. Gil todo respeitosamente, mostrou a carteira, disse que a Natália estaria segura com ele e que ele faria questão de trazê-la de volta às duas da manhã (o que, na minha opinião, é meio cedo, afinal o Réveillon praticamente começa à meia noite!). E como quem não quer nada, falou também que não poderia tomar nem uma taça de champanhe para brindar o Ano-Novo, pois teria que começar um estágio no pronto socorro no dia seguinte.

O Sr. Gil ficou todo interessado, perguntou em que ano da faculdade ele estava (o Alberto está no segundo e bem longe de fazer estágio ainda...) e disse que o sonho dele era que a Natália cursasse Medicina também...

Quando conseguimos sair de lá, fomos rápido para o clu be. Não tinha trânsito nenhum, já que todo mundo foge da cidade no Réveillon. Estávamos os três até que bem anima dos, o Alberto colocou o CD do próprio Skank no carro para a gente ir entrando no clima e eu só lamentei pelo fato da Gabi também não estar lá. Ela passa quase todos os feriados na casa da avó, em Tiradentes, e claro que em plena passagem de ano ela não conseguiria escapar. Na verdade, ela não me pareceu muito triste desta vez, talvez pelo fato do Cláudio morar em

São João del-Rei, que é lá do lado... Chegamos à portaria, o Alberto acabou dando o carro pro

manobrista, já que não tinha lugar nenhum por perto pra esta cionar, e entramos na festa.

fazendo meu filme Onde histórias criam vida. Descubra agora