Sandy: Isso é o fim?
Danny: Claro que não. Isso é apenas o começo.
(Grease - Nos tempos da brilhantina)
Quando eu terminei de ler aquela carta, era como se eu não estivesse mais no aeroporto. Como se não tivesse baru Iho, nem malas, nem pessoas em volta.
Ler todos os fatos pela perspectiva dele não só esclareceu todas as minhas dúvidas como também fez com que eu per cebesse o tempo perdido.
Eu tinha pegado a carta e ido ler sentada em um canti nho meio escondido, para ninguém me atrapalhar, enquanto a Priscila ficou encarregada de falar que eu ainda estava no banheiro.
Eu não conseguia desviar o olhar daquelas linhas, mas passos perto de mim fizeram com que eu voltasse à realidade. "Ela está aqui!", uma Gabi esbaforida gritou, olhando para trás.
Eu olhei para ela primeiro e, em seguida, na direção
para onde ela tinha gritado.
Primeiro vi a Natália. Ela parecia estar ainda mais sem ar do que a Gabi, e, em seguida, vindo correndo atrás dela, ninguém menos do que o Leo.
Levantei depressa, ainda com a carta na mão, me sen tindo no meio de um daqueles filmes em que tudo resolve acontecer no último minuto.
"Por onde você andou?", a Gabi perguntou meio brava. Eu não consegui responder, dei mais uma olhada para a carta e em seguida para a Natália e o Leo se aproximando.
"Fani, a gente te procurou pelo aeroporto inteiro!", a Natália disse, sem fôlego. "Imaginamos que você tivesse en trado na sala de embarque sem avisar pra ninguém!"
Eu olhei para as duas, tentando organizar todas as in formações na minha cabeça e ainda entender o que elas estavam falando. Se aquilo não era uma alucinação, o Leo estava ali. O mesmo Leo que tinha dito que não viria. O mesmo Leo que tinha escrito aquela carta que eu estava segurando.
"Nossa, que susto!", a Gabi então me abraçou. "Acha mos que não ia dar tempo de despedir de você!"
"É!", a Natália me abraçou também. "Tiz o meu pai voar na estrada! Atrasamos um pouco porque passamos pra pegar o Leo no trabalho."
Pela primeira vez, desde que os três tinham aparecido ali na minha frente, eu tive coragem de olhar para ele. Ca lado, olhando para a minha mão. Para a carta que estava na minha mão.
"Quando você me ligou falando que o Leo não ia poder vir, eu liguei pra casa dele na mesma hora e pedi pro pai dele deixar, que a gente buscaria e o levaria de volta rapidinhol
Estou ficando boa nisso de convencer os pais!", a Gabi falou, olhando meio irônica para o lado do Leo.
Eu olhei para o Leo achando a sem-gracice dele meio
divertida, já que, como eu tinha lido a carta, sabia exatamen te por que ele tinha inventado esse trabalho. "Se vocês não tivessem chegado a tempo", eu disse para
as duas, "eu teria matado vocês!"
A Gabi abriu a boca pra dizer alguma coisa, só que eu continuei a falar antes dela: "Mas muito obrigada por terem obrigado esse menino a vir se despedir de mim...". Eu olhei fixamente para o Leo, que retribuiu o olhar.
As duas riram, e aí a Natália saiu puxando a Gabi, falan do que era pra elas irem procurar o Alberto. A Gabi replicou, disse que ela poderia encontrar o Alberto no dia em que qui sesse, mas que a mim só daqui a um ano... mas a Natália fez uma cara feia pra ela e disse: "Quero vê-lo agora". A Gabi olhou pra mim, em seguida para o Leo e, de repente, enten deu a pressa da Natália.
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fazendo meu filme
FanfictionFani, uma menina de 16 anos que mora em Belo Horizonte. Com uma escrita sem pressa, somos introduzidos na vida dessa adolescente e no seu dia a dia. Acompanhamos sua vida na escola, sua preocupação com as notas e a aprovação, seu relacionamento com...