41

26 0 0
                                    

Steve: Por que você só come as balas marrons? Mary: Porque uma vez alguém me disse que elas têm menos cores artificiais, já que chocolate é marrom mesmo, e isso ficou na minha cabeça Steve: Você ficou na minha cabeça

(o casamento dos meus sonhos)

No sábado, depois da cartomante, eu, Gabi e Natália fomos tomar sorvete e ficamos horas conversando. Fizemos um trato de contarmos umas pras outras tudo o que a dona Amélia tinha dito, mas juramos que nada sairia dali, ficaria só entre a gente.

Eu já tinha ouvido as previsões que ela tinha feito pra Gabi. Ela e a Natália já tinham conversado enquanto eu es tava lá dentro. Agora só faltava eu saber as da Natália e as duas - curiosíssimas - saberem as minhas. adiar ao

"Primeiro você, Natália!", eu falei, tentando máximo possível a minha vez.

Ela começou a contar, meio tristinha, que a dona Amé lia tinha dito que o Mateus não a merecia, que ele era um pouco cafajeste, que paquerava todas as meninas e que, se ela continuasse com ele, ia acabar sofrendo muito. Cá entre nós, acho que a Natália não precisaria ter ido a uma cartomante a saber disso... poderia ter economizado dinheiro e eu mes pras ma ter contado isso pra ela!

"Ela falou também que eu vou casar muito cedo, mais ou menos aos 21 anos", a Natália continuou um pouco mais empolgada, "e que vou ter três filhos!".

"Vai casar grávida?", a Gabi perguntou, sem esconder o riso. "Ela disse que tem um rapaz interessado em mim. Que ele é mais velho e não frequenta muito os meus pensamen tos, mas que eu deveria dar uma chance para ele porque ele pode me fazer muito feliz."

"Então você vai desistir do Mateus agora?", eu pergun

tei, na esperança de finalmente não ter mais que ouvir a Na

tália implorando para a gente sair atrás dele com ela. "Eu, hein! Viver sem estar apaixonada é muito ruim!", ela falou, dando uma grande colherada no sundae. "Agora sua vez, Fani! Solta a informação logo!"

Morrendo de vergonha, eu comecei a contar devagarzinho. Falei primeiro a parte da minha família, depois falei que a dona Amélia tinha dito que eu podia confiar nelas (as duas sorriram nessa hora), contei da minha viagem e da minha apreensão em relação ao que ela disse sobre esse assunto e terminei falando que ela tinha dito que eu ia passar de ano, se estudasse.

As duas continuaram me olhando sem dizer nada, eu então tomei mais um pouco do meu milk-shake, olhei pra elas - que continuavam paralisadas - e falei: "Oi! Vocês con gelaram aí?".

"Estamos esperando o resto!", a Gabi respondeu, como se fosse óbvio.

"Que resto? Acabou! É só isso, minha vida não vai ser ani mada como a de vocês!", eu falei rezando para elas acreditarem.

A Natália então deu um sorriso, pegou na minha mão e, como se estivesse falando com uma criancinha, disse: "Fani, eu entendo de cartomantes. Nenhuma delas deixa de falar do lado sentimental. Essa é a parte mais importante! Por que você não confia na gente? Puxa, a gente te contou tudo!".

Na mesma hora eu lembrei que a dona Amélia tinha dito que as meninas confiavam bem mais em mim do que eu nelas. Dei um suspiro, brinquei um pouco com o canu dinho, olhei pras duas e falei: "Tá bom! Ela falou do Leo!". Elas bateram palmas e, sorrindo, pediram pra eu contar

tudo.

Eu contei. Comecei meio devagar, falando sobre o medo dele e o pé atrás com mulheres em geral, depois eu disse sobre a descrição exata que ela tinha feito dele fisica mente, aí eu dei uma paradinha, respirei fundo e, quando vi, já tinha contado o resto todo e mais um pouco... inclusive que ela tinha perguntado se eu estava apaixonada por ele e que eu tinha dito que sim... nessa hora as duas gritaram e me abraçaram!

fazendo meu filme Onde histórias criam vida. Descubra agora