Conte até 10

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Dias se passaram depois daquele desastroso jantar. Madara continuava bravo com o pai, Tajima não soube usar as palavras certas com seu filho mais rancoroso, já Izuna relevou toda a situação na manhã seguinte ao jantar quando seu pai ligou.

Quando crianças nossos pais ensinam a contar a até dez quando estamos com raiva para não agirmos de cabeça quente, mas nunca funcionava não é mesmo? Izuna naquela manhã tentou contar até vinte, o dobro antes de atender a chamada do pai, acreditava que eles iriam discutir, afinal em seu histórico havia mais de sete chamadas perdidas sem contar com as de ontem a noite.

-Izuna:Oi pai.

-Tajima:Oi pai?! - Vociferou indignado. - Estou ligando há tempos, onde vocês estão?

-Izuna:Agora o senhor se preocupa?

-Tajima:Não brinque comigo, Izuna! Estou ligando desde ontem, deve ter umas vinte chamadas minhas perdidas nessa bosta de celular, 'pra que vocês tem celular se não atende quando precisa?

-Izuna:Eu estava dormindo, e coloquei o celular no silencioso. Ah e estamos no chalé.

-Tajima:Menos mau… - Eles ficaram em silêncio por um tempo e quando Tajima retornou a falar a voz estava mais mansa. - Filho por favor não demorem a voltar, o pai quer conversar com vocês.

-Izuna:Tudo bem. Tchau.
Izuna ainda estava bravo.

-Tajima:Tchau filho, eu te amo.
O garoto não tinha um coração de pedra e sentiu seu peito aquecer quando ouviu a declaração do pai.

-Izuna:Também te amo pai.
O Uchiha encerrou a chamada e jogou o celular na mesa.

Izuna relembrava daquela chamada enquanto brincava com uma caneta entre os dedos. O professor falava sobre psicologia jurídica, umas das matérias do primeiro ano na faculdade de direito. O seu celular que ficava sobre a mesa acendeu a tela com uma notificação, dando uma breve olhada ao dispositivo, ele leu uma mensagem deixada por Kazuo, dizendo o seguinte.

-Kazuo:Sei que anda ocupado, mas o que acha de sair? Podemos ir em alguma pizzaria, vou convidar a minha irmã, chama Sakura também. Aqui em casa tem muita tensão, preciso de um pouco de diversão.

Izuna leu rapidamente e respondeu um simples, pode ser, depois daria a devida atenção ao amigo. Precisava prestar atenção na aula, mesmo que parecesse impossível, essa era última matéria do ano. A sensação de ser vigiado incomodava o garoto, ele olhou para o lado e encontrou uma ruiva com grandes olhos castanhos o fitando enquanto mordia uma caneta sensualmente, ela piscou quando viu os olhos dele em si, Izuna ergueu a mão direita e apontou para o anel prata em seu dedo anelar, e totalmente diferente de como ele pensou que a ruiva reagiria ela sorriu parecendo mais empolgada, Izuna suspirou desviando o olhar.

Quando finalmente aquele professor terminou de falar e os liberou, Izuna juntou suas coisas dentro da mochila preta que carregava, estava prestes a levantar quando a tal ruiva sentou ao seu lado, o Uchiha tentou ignorar sua presença e levantar, mas ela segurou seu braço.

-Espera, precisamos conversar.

-Izuna:Outro dia, tenho que ir agora. - Ele espalmou a mão sobre a mesa e inclinou seu tronco para se erguer, porém a mulher colocou a mão em seu ombro e o puxou o fazendo encostar as costas novamente na cadeira. - Ok, fala.
Respondeu impaciente.

-Primeiro me chamo Aimi. E segundo o que te fez pensar que estava olhando para você?
Izuna suspirou, ela apoiou o cotovelo na mesa e seu rosto na palma da mão enquanto esperava uma resposta dele.

O Sonho (Madara e Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora