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— Vocês se conhecem?

Gustavo soltou, depois de longos minutos.

— Não, quer dizer, eu...

Não consegui terminar a frase. Eu estava congelada. Traguei a saliva ao lembrar daquela moto vindo em minha direção e aquele olhar assustador me encarando dentro de um capacete preto. O homem, que agora eu sabia que se chamava Lucas, também estava imóvel, me encarando, com aquele mesmo olhar.

— Ah, quer saber? Já chega! O show acabou. Todo mundo fora, agora!

Gustavo esbravejou, irritado e encarou os funcionários. Todos se entre-olharam e foram saindo. Em seguida, ele bateu a porta, o que me fez sair do modo estátua.

— O que tá acontecendo aqui, amor? Que loucura é essa?

Perguntei, desviando meu olhar para Gustavo.

— Amor? Então, ela é a mulher que te fez desistir de tudo? Pelo amor de Deus, irmãozinho.

O tal Lucas, perguntou, dando uma risada irônica na última parte. Gustavo ô encarou. Calafrios não paravam de percorrer meu corpo.

— Pelo amor de Deus, o que?

Coloquei as mãos na cintura, perguntando. Eu já estava de saco cheio. Gustavo virou-se para mim.

— Gabriela, tem como você me dá cinco minutos lá fora. Te explico tudo mais tarde.

Ele pediu, me encarando. Fiquei mais puta da vida ainda.

— Não, Gustavo! Não tem como não. Mano, que merda tá acontecendo? Quem é esse?

— Eu sou o irmão dele.

O tal Lucas respondeu, me cortando.

— Não estou falando com você!

Gritei, sem paciência e voltei a encarar Gustavo.

— Lucas, vai embora. Amanhã eu te ligo, deixa um contato. Eu não quero olhar pra sua cara mais. Você já conseguiu o que queria, fez teu show, agora vai.

— Eu preciso de uma resposta. O Leon quer e...

— Porra! Vai embora agora, você tá surdo, caralho?

Gustavo socou a parede e soltou um grito que escoou em toda sala. Ok, agora eu sabia que o limite dele tinha chego. Me assustei e me recolhi um pouco. Havia alguns anos que eu não via aquele Gustavo e descobri que, eu não estava com nenhum pingo de saudades dele. A situação era bem mais séria do que eu pensava e bem mais fundo do que eu estava sabendo.

Lucas mexeu em seu bolso, tirando a carteira. Em seguida, ele pegou um cartão e colocou sobre a mesa de Gustavo. Era um homem soberbo, com um olhar maldoso, emanava mistério, áurea ruim e prepotência.

— Amanhã, sem falta, ou você vai ter que me receber novamente.

Ele sussurrou. Gustavo alisou os cabelos para trás e tirou as gotas de suor da testa, calado.

— Rala!

Lucas foi se arrastando até a porta, em passos lentos, parecia analisar tudo. Em seguida, ele a segurou e me encarou. Desviei meu olhar, inquieta.

— A propósito, maninho, Júlia mandou um grande abraço e lembranças.

Após falar isso, ele bateu a porta.

Uma irritação tomou conta do meu corpo ao ouvir aquele nome. Encarei Gustavo, que me olhava também.

— Será que agora eu posso saber que porra tá acontecendo? Irmão? Júlia? É quem eu to pensando?

Gritei, jogando a minha bolsa no mini-sofá que tinha em sua sala de escritório

La puta llOnde histórias criam vida. Descubra agora