Nós comemos a pizza cantarolando as músicas do filme, em seguida, dançamos com Miguel pela casa e brincamos de pique-esconde. A energia de Miguel fez com que um filme se passasse pela minha cabeça, o tempo todo.
Como eu amava esse homem, como nós tínhamos conseguido construir algo firme e bonito. Eu estava a uns passos de me casar com ele, era inacreditável. Se eu contasse essa história para a Gabriela de alguns anos atrás, ela iria rir da minha cara. Nossos planos não podiam ser destruídos assim, do nada. Não era justo.
— Um, dois, três, Didio!
Miguel gritou, batendo o nome de Gustavo na parede.
— Caraca, me pegou! Tô velho demais pra correr desse jeito.
Gustavo falou, ofegante.
Nós nos jogamos no chão, deitando e respirando, precisávamos procurar ar depois de tanto correr. Gustavo encarou meu rosto, enquanto ríamos.
— Eu amo nossa vida. Eu te amo, meu amor.
Ele sussurrou no meu ouvido e mordiscou ali. Me derreti e agarrei seu rosto, selando nossas lábios.
— Eu te amo, Gustavo.
[....]
Por final, a bateria de Miguel foi acabando e ele nos chamou para assistir filme.
Eu estava quase pegando no sono, quando Gustavo me encarou. Estávamos abraçados, Miguel no meio e um de nós em cada ponta. Encarei seus olhos e depois desviei para Miguel, que estava adormecido.
— Dormiu. Vou colocar ele na cama.
— Também to quase embarcando.
Avisei, rindo e fui tirando meu braço devagar.
— Eu preciso conversar com você, vou colocar ele lá e já volto.
— Tá bom.
Ele foi levantando devagar e pegou Miguel no colo, indo pro quarto em seguida.
Me espreguicei e fui até a cozinha, pegando uma taça na prateleira. Precisava beber algo forte. Peguei uma garrafa de vinho e abri, despejando na taça. Fiz o mesmo em outra, esperando Gustavo, enquanto bebericava.
Ele desceu em um piscar de olhos e entrou na cozinha. Encarei-o vindo em minha direção e estendi a taça com vinho, ele sorriu.
— Obrigado.
Agradeceu, pegando. Gustavo apoiou a taça na mesa e tirou a camisa. Seu peitoral, completamente marcado e lisinho, sobressaiu. As entradinhas sobre a calça branca de moletom que ele vestia, ficaram evidentes. Me desconcentrei por alguns segundos ali.
Era delicioso... Eu queria meter a boca.
— Meu Deus! Concentra no que importa, Gabriela! — Meu subconsciente apareceu.
— Tá calor demais.
Ele comentou, colocando a blusa sobre a mesa e dando uma bebericada no vinho.
— Pode ter certeza que ficou dez vezes mais!
Sussurrei, analisando seu corpo. Era pra ter só pensado, mas saiu.
— O que?
— Nada. O que você queria falar?
— Vai ter, um jeito...
Ele sussurrou, pausadamente.
Gustavo me encarou de cima a baixo, parecia nervoso. Franzi os cenhos, sem entender. Ele parou os olhos no meu, aqueles mesmos olhos que haviam acabado de me mostrar carinho, ternura e algo genuíno ao ter um momento familiar, agora queimavam e gritavam seu desejo.
Após ficar alguns segundos sem entender, me dei conta de que, estava de camisola preta. Só aí, percebi o porque daquilo. Meu peito estava marcando sobre a renda da camisola que ele mais gostava.
Eu confesso que adorava aquela cara de desejo dele sobre mim.
— Que jeito?
Sussurrei, agora provocativa.
Subi a taça até a minha boca e encostei meus lábios ali, passando a língua, enquanto bebia. Gustavo se moveu, inquieto e desviou o olhar.
— O Rodrigo, ele conseguiu uma... uma...
Gaguejou ele, apertando os olhos e voltando o olhar para mim, dos pés, até a cabeça.
Nossa distância na cozinha era de uns três passos. Eu ô queria, nem estava mais prestando atenção na conversa. Desejei agarrar esse homem desde o momento em que ele apareceu na minha porta e a maior sorte dele foi Miguel estar entre nós.
Deixei um pouco de vinho escapar da boca, enquanto a gota deslizava sobre meu pescoço e entrava em meus peitos, os segundos pareceram ganhar uma lentidão tão gostosa, que eu podia senti-lo vindo lamber aquilo, com o olhar. Afastei a taça e subi a mão, passando os dedos sobre onde a gota percorreu.
Gustavo respirou fundo, puxou todo o ar que ele podia naquela situação e soltou a taça na mesa.
— Foda-se! Gostosa do caralho!
Ele gritou, vindo em minha direção. Coloquei a taça sobre a mesa, tempo suficiente para ele agarrar minha cintura e me puxar fortemente. Gustavo devorou minha boca e eu correspondi, agarrando-o.
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La puta ll
RomanceO segundo suspiro entre nós dois parecia o último. O que era real? O que era nós dois?