• Extra - Gustavo Narrando •
Consegui todas as filmagens em menos de uma hora e logo, já me encontrava na estrada, a caminho de Barbados. Eu estava cansado demais, meu corpo pedia um descanso, meu olho pesava, enquanto eu tentava os manter aberto. Avistei um posto de gasolina, com conveniência e dei a seta, entre os carros, para parar. Um café e duas latas de energético foram consumidos por mim em menos de dez minutos, minha energia voltou na marra.
Assim que saí da conveniência, voltei ao carro e após entrar, peguei o notebook. Coloquei a fita das filmagens para rodar e fui analisando, com cuidado, cada detalhe, enquanto golava o resto de energético que tinha na lata.
Quatro cenas depois e lá estava eu, com o zoom na cara de Lucas, comprovando todas as minhas teorias. Era ele que havia aterrorizado ela no estacionamento. Senti meu corpo estremecer de raiva enquanto eu amassava a lata vazia.
— Filho da puta covarde!
Meu celular começou a tocar e era Rodrigo, recusei a chamada e continuei encarando a tela do notebook. Ele insistiu, mais três vezes e eu fui perdendo a paciência. Fechei o notebook, peguei o celular e coloquei no modo silencioso. Em seguida, retornei a estrada a caminho de Barbados.
[....]
Cheguei na cidade em uma noite chuvosa. Pisar no meu antigo território era como trazer toda minha vida passada ao presente. Barbados tinha cheiro, aparência e jeito do meu pai.
— Quanta bagunça você fez, meu velho.
Sussurrei, olhando o céu, enquanto esperava o sinal abrir.
A chuva caía intensamente e eu podia sentir o impacto com o barulho das gotas sobre a lataria do meu carro. O sinal abriu, iluminado a neblina que se formava pelas ruas e dei partida. Estava escuro e eu pude ver meu celular ascender incessantemente no banco ao meu lado.
Encostei perto a casa do meu velho amigo, Russo, em seguida, peguei o celular. Mais uma ligação de Rodrigo, resolvi atender.
• Início da chamada •
— Gustavo? Mano, o que você fez? Onde você tá?
— Eu vim atrás da Gabriela.
— Pelo amor de Deus, Gustavo, a sua cara tá no jornal!
— O que?
— Saiu em todos os sites você apontando a arma para o funcionário do estacionamento, vazaram as gravações, estão te acusando de ter roubado provas da investigação. Eu te falei para esperar eu resolver, mano. Você é o principal suspeito do sequestro agora.
— Como assim? Eu não fiz nada além de..
— Eu sei que não mas você não podia pegar as gravações apontando uma arma pro cara. Porra, Gustavo!
— Quer saber, Rodrigo? O que eu não podia é ficar parado, irmão, que se foda.
— Gustavo, me escuta, volta pra cá e...
— Obrigada por tudo, irmão. Cuida da mãe da Gabriela e do pessoal aí. Fica com Deus!
Desliguei, jogando meu telefone para o banco e passando as mãos sobre a cabeça. Em seguida, peguei minhas coisas, saí do carro e fui em direção a porta da casa. Alguns toques e ele abriu.
— Um bom filho a casa torna.
— Leste sempre!
Falei, ô cumprimentando.
Adentrei de mala e tudo, em sua casa, quando ele me deu espaço. Para minha surpresa, tinha uns trinta homens espalhados sobre a sala, bebendo, conversando e fumando. Todos ficaram em silêncio e me encararam assim que coloquei a mala no chão.
— Ninguém fica para trás. Quando um irmão pedir ajuda, todos nós estaremos lá para ajudar.
Russo sussurrou, apertando meu ombro.
Aquela era a frase que eu mais via meu pai repetir para seus homens. Não consegui falar mais nada, apenas ô abracei, emocionado.
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La puta ll
RomanceO segundo suspiro entre nós dois parecia o último. O que era real? O que era nós dois?