27

6.1K 423 93
                                    

• Extra - Gustavo Narrando •

Consegui todas as filmagens em menos de uma hora e logo, já me encontrava na estrada, a caminho de Barbados. Eu estava cansado demais, meu corpo pedia um descanso, meu olho pesava, enquanto eu tentava os manter aberto. Avistei um posto de gasolina, com conveniência e dei a seta, entre os carros, para parar. Um café e duas latas de energético foram consumidos por mim em menos de dez minutos, minha energia voltou na marra.

Assim que saí da conveniência, voltei ao carro e após entrar, peguei o notebook. Coloquei a fita das filmagens para rodar e fui analisando, com cuidado, cada detalhe, enquanto golava o resto de energético que tinha na lata.

Quatro cenas depois e lá estava eu, com o zoom na cara de Lucas, comprovando todas as minhas teorias. Era ele que havia aterrorizado ela no estacionamento. Senti meu corpo estremecer de raiva enquanto eu amassava a lata vazia.

— Filho da puta covarde!

Meu celular começou a tocar e era Rodrigo, recusei a chamada e continuei encarando a tela do notebook. Ele insistiu, mais três vezes e eu fui perdendo a paciência. Fechei o notebook, peguei o celular e coloquei no modo silencioso. Em seguida, retornei a estrada a caminho de Barbados.

[....]

Cheguei na cidade em uma noite chuvosa. Pisar no meu antigo território era como trazer toda minha vida passada ao presente. Barbados tinha cheiro, aparência e jeito do meu pai.

— Quanta bagunça você fez, meu velho.

Sussurrei, olhando o céu, enquanto esperava o sinal abrir.

A chuva caía intensamente e eu podia sentir o impacto com o barulho das gotas sobre a lataria do meu carro. O sinal abriu, iluminado a neblina que se formava pelas ruas e dei partida. Estava escuro e eu pude ver meu celular ascender incessantemente no banco ao meu lado.

Encostei perto a casa do meu velho amigo, Russo, em seguida, peguei o celular. Mais uma ligação de Rodrigo, resolvi atender.

• Início da chamada •

— Gustavo? Mano, o que você fez? Onde você tá?

— Eu vim atrás da Gabriela.

— Pelo amor de Deus, Gustavo, a sua cara tá no jornal!

— O que?

— Saiu em todos os sites você apontando a arma para o funcionário do estacionamento, vazaram as gravações, estão te acusando de ter roubado provas da investigação. Eu te falei para esperar eu resolver, mano. Você é o principal suspeito do sequestro agora.

— Como assim? Eu não fiz nada além de..

— Eu sei que não mas você não podia pegar as gravações apontando uma arma pro cara. Porra, Gustavo!

— Quer saber, Rodrigo? O que eu não podia é ficar parado, irmão, que se foda.

— Gustavo, me escuta, volta pra cá e...

— Obrigada por tudo, irmão. Cuida da mãe da Gabriela e do pessoal aí. Fica com Deus!

Desliguei, jogando meu telefone para o banco e passando as mãos sobre a cabeça. Em seguida, peguei minhas coisas, saí do carro e fui em direção a porta da casa. Alguns toques e ele abriu.

— Um bom filho a casa torna.

— Leste sempre!

Falei, ô cumprimentando.

Adentrei de mala e tudo, em sua casa, quando ele me deu espaço. Para minha surpresa, tinha uns trinta homens espalhados sobre a sala, bebendo, conversando e fumando. Todos ficaram em silêncio e me encararam assim que coloquei a mala no chão.

— Ninguém fica para trás. Quando um irmão pedir ajuda, todos nós estaremos lá para ajudar.

Russo sussurrou, apertando meu ombro.

Aquela era a frase que eu mais via meu pai repetir para seus homens. Não consegui falar mais nada, apenas ô abracei, emocionado.

La puta llOnde histórias criam vida. Descubra agora