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Gustavo e eu não nos falamos mais depois que nos encontramos com todos na cantina. Comemos e brincamos com Miguel individualmente. Reversávamos em: Enquanto um conversava com Paloma, outro brincava com Miguel e assim, seguiu, até que ele foi embora.

Paloma me pediu uma carona e então, levei ela e Miguel para casa.

— Eu só vou ajeitar algumas coisas aqui em casa, com a babá e daqui à umas duas horas, vou pra reunião na editora. Vai ser bem rápido, amiga, não vou te deixar na mão.

Paloma avisou, recolhendo a mochila de Miguel no banco de trás do meu carro.

— Tá bom, fica tranquila, to te devendo.

Brinquei, piscando para ela. Rimos.

— Dá tchau e bença pra sua dinda.

Ela falou para Miguel, pegando-o no colo e fechando a porta do carro. Ele me encarou.

— Tchau, Didi, bença.

— Beijo amor, Deus te abençoe. Beijo, amiga.

Eles entraram pelo portão e eu dei partida.

Precisava resolver mil coisas, minha cabeça não parava de pensar nos problemas e, consequentemente, no maior deles, Gustavo.

Aquele belo filho da puta. E que belo.

Nós estávamos feito duas crianças birrentas e já tínhamos excedido o limite de falta de maturidade em um relacionamento. Em parte, eu tinha chego a essa conclusão porque estava sedenta pelo nosso sexo? Pelo corpo dele fazendo o meu entrar em choque toda noite? Por estar morta de saudade de tudo que envolvia aquele homem do meu lado todos os dias? Sim, para todas as perguntas. Mas também sabia que precisávamos parar com tudo isso.

O meu percurso, que era pra editora, mudou, com destino a agência dele. Era a hora de parar.

[.......]

Cheguei até a agência e estacionei o carro. Ainda sentada no banco, peguei o meu telefone e decidi ligar para ele. Seis toques e ele atendeu.

Gustavo:
— Oi?

Gabriela:
— Precisamos conversar.

Gustavo:
— Pode ser mais tarde? To ocupado.
(Quem é, Gu? - Voz de mulher)

Meu corpo estremeceu ao ouvir aquela voz. Minha boca ressecou na mesma hora e uma tontura invadiu minhas vistas. Era... Júlia. Desliguei o telefone na mesma hora e pisquei meus olhos, apoiando as mãos no volante.

— Não. Isso de novo, não!

Sussurrei a mim mesma, em negação. Uma raiva, misturada com tristeza apertou meu coração. Meus olhos procuraram o carro de Gustavo e acharam, estacionado a quatro vagas da minha. Recolhi minha bolsa e saí do carro, batendo a porta.

Cheguei tão rápido no andar da sala de Gustavo, que foi de dar inveja a qualquer super-herói de velocidade. A secretária dele estava sentada em sua mesa e tinham dois homens altos e fortes na porta, bloqueando a passagem. Eles me encararam, assim que parei em sua frente.

— Não pode passar, senhora.

Disseram, em sintonia.

— Ah... Eu posso e vou!

Gritei, firme. Um deles arqueou a sobrancelha.

— Dona Gabriela, infelizmente ninguém pode entr...

— Eu já falei que vou entrar e acabou.

Interrompi a pobre secretária, gritando. Nunca havia sido tão mal-educada na minha vida, mas eu não estava pensando em medir esses parâmetros naquele momento.

La puta llOnde histórias criam vida. Descubra agora