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— Acorda!

Escutei, sentindo uma água gelada no rosto. Minhas vistas estavam escurecidas e meu corpo doía. Pisquei meus olhos algumas vezes, na tentativa de que minha visão se clareasse.

— Hm... Onde eu to?

Perguntei, sonolenta. Minha voz quase não saiu e o que saiu, foi embolado.

Ergui minha cabeça e encarei ao redor. Eu estava em uma cama, com um dos meus pés amarrados. O ambiente era todo feito de madeira, com decorações de conchas e bem arejado. O barulho das ondas do mar foi soando, de longe, aos meus ouvidos, enquanto eu conseguia visualizar o sol adentrando pela janela.

— Bem-vinda a Barbados, querida.

Pude assistir a silhueta de Lucas adentrar pela porta em minha frente. Me levantei em um pulo, recordando-me de toda situação.

— O que é isso? Seu doente de merda.

Gritei, sentindo uma tonteira invadir meus pensamentos. Meu corpo amoleceu novamente e não consegui sustentar-me em pé.

Me sentei na cama, colocando as mãos sobre a cabeça.

— Te trouxe para o melhor lugar do mundo e você reage desse jeito? Que ingrata!

Ele caçoou, dando uma risada macabra.

— Cadê o Gustavo? O que você fez comigo?

— A essa hora, se Deus quiser, enlouquecendo.

— Por que? O que você pretende com isso? O que eu te fiz?

— Você não teria nenhuma relevância, se não se metesse tanto no meu caminho.

— Eu me meti no seu caminho?

— Sim. Mas admito, até que me ajudou um pouco.

— Ajudei?

— Claro. Antes de você eu não conhecia um ponto fraco no meu querido irmão, não tinha uma isca para o meu plano, já agora, está tudo perfeito. Sabe, eu pesquisei bastante sobre você, mas isso é história para outros café's entre nós. Teremos muito tempo, querida.

O ar de psicopata, o deboche, o olhar, tudo exalava ruindade naquele homem. Eu estava com vontade de vomitar.

— Você é doente, sério.

Sussurrei, enojada e sem saída.

— Que mau-humor em um lugar tão bonito desses. Olha, vamos fazer assim, você é boa para mim e eu serei para você, agora, para o seu bem, você precisa comer um pouco, então eu, muito gentil, trouxe um prato de chefe para você, do melhor restaurante de Barbados. Que comece o seu tour pelo melhor que temos por aqui. Experimenta e me conta.

Lucas foi dizendo calmamente, com um sorriso nos lábios e arrastou uma bandeja com comida para perto.

Encarei seu rosto, raivosa. Meu sangue subiu e por um impulso, dei um tapa na bandeja, fazendo com que tudo caísse em cima dele. Consegui puxar seu braço, de relance e abocanhei sua mão, mordendo ali com toda minha força.

— Ahh! Sua piranha desgraçada!

Ele gritou, desesperado e agarrou meu cabelo.

Parei de morde-lo, pela dor e ele me empurrou em cima da cama, enforcando meu pescoço. Comecei a me debater, esbofeteando seu rosto, enquanto sentia meu ar indo embora encarando seus olhos.

— Sol...ta.

Falei, procurando respirar e tentando empurrar seu corpo pesado.

— Morre, vadia!

Foi a última coisa que pude ouvir. Senti meu corpo amolecer e minha vista escureceu.

La puta llOnde histórias criam vida. Descubra agora