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"A linguagem política... É projetada para
fazer com que mentiras soem verdadeiras, assassino seja respeitável e para dar uma aparência de solidez ao puro vento."
- George Orwell

DULCE MARIA

— É como se o tempo tivesse parado. A terra sob meus pés se abriu e o próprio diabo estendeu a mão e me puxou para o inferno. Eu gritei, tentando chegar até o meu marido no meio do caos. Eu queria morrer, porque eu sabia que no meu coração que ele tinha ido embora. Não tinha como desfazer o que eu tinha visto - o que a América tinha visto! Algum tempo antes, nós nos sentamos na parte de trás da limusine e meu marido, o presidente Franklin Monroe, me contou como ele foi humilhado para ser um servo do governo, de vocês, do povo. Ele me disse os seus sonhos para este país. Sendo do Texas, onde tudo é grande, seus sonhos eram ainda maiores. É por isso que eu não consigo parar de chorar, porque tudo o que posso fazer é tentar honrar o seu sonho até o meu último suspiro deixar meu corpo.

Um por um eu vi como as pessoas ao nosso redor se levantaram, alguns com lágrimas brilhando em seus olhos, outros prontos para ir à guerra por essa mulher.

Eles estavam a aplaudindo, comemorando. Eu não queria ficar aqui, eu não queria bater palmas, tudo o que eu queria fazer era bater um pedaço de madeira na cabeça dela.

— Sorria e se levante, querida. As câmeras estão piscando. — meu marido sussurrou enquanto me puxava para cima. Ele estava tão tenso quanto eu.

— Como alguém pode levar a sério essa mulher? Parece até que ela acabou de sair de uma briga, olhe o cabelo dela. — eu murmurei para ele.

— O marido dela era o presidente. Então, agora, ela é viúva do povo. Com o cabelo bagunçado ou não, aplauda.

Aplaudindo com raiva, eu assisti a morena no palco sorrir e acenar para o público.

Estávamos perdendo. Nenhuma quantidade de dinheiro poderia conquistar o amor do povo. E cada vez que a cadela falava, eles a amavam ainda mais. Ela comeu e continuou falando. Ela só deveria dar uma palestra rápida sobre esse evento, mas agora eu me senti como se estivesse em um começo de campanha.

— Eu gostaria de agradecer ao senador Colemen. — ela acrescentou. — Muitos de vocês não sabem disso, mas o senador Colemen e meu marido eram colegas da faculdade e bons amigos. Quando ele descobriu que Colemen iria concorrer contra ele, ele se virou para mim e disse: "É melhor ele ainda vir para o Natal quando ele perder". Eu espero que você ainda faça, mesmo agora.

— Sempre! — o senador Colemen riu, se levantando para tomar o seu lugar no pódio. — Muito obrigado, Senhora Primeira-Dama.

— Eu odeio quando eles são humildes. — Christopher suspirou, voltando ao seu lugar junto com a maioria dos convidados.

— Onde Poncho está? — Olivia olhou para o mar de mesas rapidamente.

— Esperemos que concertando essa merda. — Declan sussurrou, bebericando seu conhaque enquanto Coraline lutava arduamente para não cair no sono. Ela parecia cansada, e eu não sabia do porque.

— Poncho disse pra qualquer um de vocês como ele planeja arrumar isso? — perguntou Evelyn.

— Não — disse Olivia. — Tudo o que sei é que sua alteza aqui disse a ele que vai atirar no meu pai.

Com a exceção de Christopher e Lorenzo, os olhos de todos se voltaram para mim.

— Eu sou tudo para ele. — Sra. Colemen riu, se servindo de mais um copo de vinho.

The Untouchables - Ruthless People Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora