"Eu costumava assassinar pessoas por dinheiro, mas esses dias foram mais uma técnica de sobrevivência".
- Jennifer EstepFedel
Algumas pessoas pensam que você é um filho da puta para viver a vida do jeito que eu vivo. Eu vejo as outras pessoas andando com a cabeça erguida, falando nos celulares, fingindo serem boas pessoas. Mas a verdade é que eles não são. Pessoas boas de verdade, o que são muito difíceis de encontrar, não acham que eles são boas pessoas. Elas acreditam que elas estão fazendo o que qualquer um faria. A verdade é que noventa por cento de nós está se escondendo do mundo e do nosso verdadeiro eu. Nós nos forçarmos a fazer a coisa "certa" porque temos medo das consequências de fazer o que nós realmente queremos fazer.
Eu costumava ser uma dessas pessoas. Eu costumava mentir para mim mesmo também. Eu sabia o que meu pai, "Gino com um olho" fazia para viver. Eu só o via em feriados e no meu aniversário, mas eu sabia que eu não queria ser como ele. Toda vez que minha mãe lavava o sangue da camisa dele, eu sentia desgosto.
Eu não queria ser como ele, eu não queria ter a vida dele e eu não queria gastar o meu tempo beijando os pés das pessoas. Mas um dia, ele voltou em uma cadeira de rodas e me disse que eu iria trabalhar no seu lugar.
Eu o odiava por isso. Eu tentei fugir. Eu coloquei todas as minhas coisas em um saco, pulei a janela e corri até a rua, mas encontrei a filha de Orlando encostada em um fodido Chevy velho.
— Eu disse para o meu pai que você ia fugir. — ela disse enquanto Franco abriu a porta para ela e para mim. O olhar que ele me deu quando segurou a porta aberta e sua arma visível, me mostrou que eu não tinha nenhuma escolha.
Dulce não falou comigo. Em vez disso, ela se sentou, folheando um dicionário inglês-irlandês.
Quando nós chegamos na mansão, ela disse.
— Sua lealdade é com o meu pai e comigo para o resto de sua vida — disse ela. — Você vai matar por nós, você vai lutar por nós e você vai mentir por nós. Em troca, você não só será um homem muito rico, mas você vai estar muito mais seguro do que você estaria sem nós. Seu pai deixou muita gente chateada. Fuja de novo e Franco irá colocar uma bala na sua cabeça. Boa noite. — e com isso, ela saiu do carro e entrou na casa, me deixando completamente perplexo.
— Quantos anos ela tem? — perguntei a Franco.
— Catorze — disse ele balançando a cabeça com um leve sorriso nos lábios. — O patrão queria colocá-la na escola, mas tinha medo de que ela matasse os outros alunos. — ele riu.
Ao longo dos anos que passei lá, comecei a entender o meu lugar. Eu fiquei mais leal a ela. Ela trabalhou dez vezes mais duramente do que o resto de nós e nunca pediu nada em troca. E fazendo quase nada, além de ser fria, calculista e assassina, ela havia ganhado a nossa lealdade. Ela era a razão pela qual eu estava fazendo essa ligação agora.
— Gino — eu disse ao telefone.
— Fedel? O que...
— Eu não tenho tempo, Pai. Eu tenho uma pergunta e eu preciso que você a responda da forma mais honesta possível.
— Eu não posso mentir — ele mentiu.
Eu quase revirei os olhos.
— O que você sabe sobre Beatrice, a ex-esposa de Orlando.
— Beatrice? Porque essa pergunta? Essa mulher morreu há anos — ele respondeu, mentindo para mim.
Droga, Pai.
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The Untouchables - Ruthless People Livro 2
FanfictionUm segredo. Várias vítimas. Tudo o que já foi dito sobre o passado de Dulce María é uma mentira. Seu pai mentiu. Seu marido mentiu. Mas como todos os segredos... eles aparecem. Não só sua mãe, Beatrice, está viva, como ela não irá parar até...