A cozinha, infelizmente, não estava vazia quando Draco desceu as escadas depois do banho. Harry estava na mesa do café da manhã, testa para baixo na madeira, uma mão apertada em torno de uma caneca ainda fumegante. A cafeteira cheia estava esperando.
Draco nem tentou andar silenciosamente pela cozinha.
- Bom dia, Potter - ele disse, pegando uma caneca grande da prateleira pendurada embaixo do armário de cima. Sua varinha estava ao lado da cafeteira e ele a enfiou no bolso de trás com a cigarreira.
- De todas as coisas, - Harry disse para a mesa. – que eu pensei que poderia ouvir na minha vida. Nem uma vez. Nem uma vez eu considerei o que ouvi esta manhã. Se eu pudesse esfregar o interior do meu cérebro com um cacto, para que as palavras 'por favor, Draco, não pare' nunca existisse, eu poderia morrer um homem feliz.
Draco ficou em silêncio enquanto colocava creme e açúcar na caneca e a enchia com café. Ele examinou a lista de compras presa ao lado da geladeira e acrescentou "café para D" na parte inferior.
- E ainda por cima - Harry continuou. - Você sabe o que minha adorável esposa me disse enquanto eu estava encolhido debaixo de um travesseiro e tentando remover minhas próprias orelhas? 'Pelo menos ele não está transando com ela', disse ela. Chorando de rir, devo acrescentar em lágrimas. 'A cabeceira estaria rachando o gesso se ele estivesse.' E então ela riu tanto que caiu da cama.
Draco tomou um gole, virou-se e encostou-se ao balcão com os braços cruzados.
- Eu não estava - disse ele.
- Faça-me um favor - Harry disse à mesa. - Nunca, nunca. Nunca. Nunca. Deixe-me ouvi-la gritar assim de novo.
Draco sorveu seu café deliberadamente.
- Mensagem recebida. Mantenha a boca cheia.
- Seu bastardo - Harry sentou-se, balançando a cabeça, o hematoma roxo do soco de Draco aparecendo claramente sob a barba escura. - Deus, você é um idiota.
- Eu sei - Draco abriu a porta que dava para o jardim e se levantou, apoiando um ombro no batente, para fumar um cigarro. - Mas eu lhe darei mil galeões se você puder me dizer, cem por cento honestamente, que Granger nunca foi forçada a ouvir você e Parks.
Harry examinou o interior de sua caneca de café e tossiu, suas bochechas ficando rosadas.
- Foi o que eu pensei - Draco disse.
Ambos beberam o café sem falar mais nada. Draco observou as espirais de fumaça da ponta de seu cigarro, ouvindo os pássaros matinais e o suave farfalhar das folhas no jardim. Ele ouviu a cadeira de Harry raspar no chão e se forçou a não ficar tenso. A brincadeira verbal foi um momento de diversão, mas ele não era tolo o suficiente para pensar que eles continuariam nesse assunto. Harry era seu chefe, seu colega e seu amigo, e Draco sabia que Harry gostaria de falar sobre os eventos no inquérito.
- Malfoy - Harry se aproximou da porta e baixou a voz. - Como você está se sentindo?
Draco enfiou o cigarro no canto da boca e olhou para sua caneca vazia. Batendo a banda de seu anel de sinete na cerâmica, ele se recompôs. Ele não conseguia encontrar sua voz, o toque tocando cada vez mais rápido enquanto lutava por seu controle.
Girando ao redor, ele chicoteou a caneca de café através do jardim para bater na parede na outra extremidade. Ele entrou no jardim, andando de um lado para o outro enquanto terminava o cigarro, a ponta caída na fogueira. Mandíbula apertada, punhos cerrados, ele parou a poucos metros de Harry. Havia várias palavras que ele poderia escolher para descrever como se sentia, e nenhuma delas que ele estivesse disposto a falar em voz alta. Ele rangeu os dentes, finalmente dizendo a palavra que fez seu peito doer menos.
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Deixe-o de joelhos - TRADUÇÃO
RomanceDraco está no caso de um assassino, mas para investigar, ele precisa de um relacionamento falso - e de uma parceira de jogo. Quando Hermione se oferece para assumir o papel, os dois fazem o possível para manter a mentira sem deixarem um ao outro sab...