Capítulo 4

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Hermione puxou Pansy para parar sob um poste de luz, gesticulando para que Harry continuasse sem eles. Ele olhou para trás uma vez, encolheu os ombros e desapareceu na esquina:

- Tem certeza de que estou bem? - Hermione disse. - Eu deveria ter feito algo... - ela apontou para o rosto. – Mais...

- Granger, você está bem. Mais do que bem - ela estendeu a mão e pegou uma mecha do cabelo de Hermione, puxando-a sobre o ombro para pendurá-la na bochecha. - Seu cabelo está solto. Isso é tudo com o que ele vai se preocupar.

- Ele disse que gostava assim - disse Hermione. Não exatamente isso, ela pensou. Ele disse que queria colocar as mãos nele. O jeito que ele falou foi para dar um pouco mais de detalhes ao primeiro flerte imaginário deles, certo. Mas... O jeito que ele olhou para ela quando ela disse isso era o que ela não conseguia tirar da cabeça. Seus olhos estavam escuros e distantes ao mesmo tempo, quase... ela diria quase melancólica se não soubesse melhor.

Ela respirou fundo e passou as mãos pelos braços sob a capa, alisando as mangas do vestido de veludo. Pansy tentou convencê-la a usar um dos vestidos que compraram na boutique, mas ela recusou. Ela não estava preparada para estrear nenhuma dessas compras em um encontro duplo com Harry. Ele nunca seria capaz de olhar nos olhos dela novamente.

Ela lutou com Pansy com os sapatos de saltos também, usando saltos simples e baixos. Ela se rendeu ao perfume de violeta, embora não tivesse sido capaz de encontrar outra coisa que ela pensava que Draco pudesse gostar e ficou sem.

Ela tocou o peito sob a capa. O vestido era mais decotado do que ela normalmente usava e expunha os primeiros cinco centímetros da cicatriz roxa da maldição em seu torso. Não era a única cicatriz que ela insistia em manter coberta, a do braço e o motivo das mangas compridas, mas ela ainda estava um pouco nervosa em deixá-la à vista.

Pansy percebeu seus movimentos e bufou, alcançando a capa para puxar o braço para baixo.

- Ele não vai prestar a menor atenção a isso - disse Pansy. - Você passa o tempo todo olhando para ele e dizendo 'eca, olha essas cicatrizes' ou fica olhando para ele e pensa 'droga, por que não estou transando com aquele homem agora'?

- Pansy!

- O último, então - Pansy sorriu para ela. - E independentemente, se ele realmente perceber, ele é muito cavalheiro para dizer qualquer coisa. Eu deixo você ter mangas compridas e uma saia longa, então você tem que me dar o decote em forma de coração. Ou eu vou fazer beicinho, quer que eu faça beicinho?

- Depende. Se você está fazendo beicinho, você vai parar de fazer aqueles folhados para o brunch de fim de semana?

- Absolutamente. Nunca haverá um doce em casa novamente.

Hermione sorriu.

- Oh, tudo bem. Estou convencida. Não posso viver sem seus doces.

Pansy puxou outra mecha do cabelo de Hermione sobre o ombro.

- Ele vai adorar, Granger. Relaxe. Estamos aqui para nos divertir.

- Se você tem certeza que estou...

- Granger - Pansy disse bufando. - Pare de se agitar - ela deu um passo atrás de Hermione, colocou as duas mãos em seus ombros e empurrou-a até a esquina do prédio.

As portas do restaurante estavam abertas, uma luz dourada brilhante derramando-se na calçada e delineando os dois homens que esperavam. Hermione mal percebeu Harry. Toda sua atenção estava em Draco. Ele tinha um pé apoiado em uma pedra branca decorativa, as duas mãos enfiadas nos bolsos de um casaco preto, a gola levantada ao redor da mandíbula, um cigarro no canto da boca e... óculos de armação prateada empoleirados em seu nariz pontudo:

Deixe-o de joelhos  - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora