Ela teria levado meia hora para caminhar até a Rua Harley saindo do Caldeirão Furado, mas ela achava que estar nas ruas, mesmo nas ruas trouxas, era uma má ideia dadas as circunstâncias. Ela decidiu entrar em Londres pelo pub, onde planejava chamar um táxi preto e ser entregue ao consultório de seu médico não mais de dez minutos depois, mesmo com o tráfego pós-expediente de sexta-feira.
Ela nunca pensou por um momento que não importaria quanto tempo ela estivesse fora ou em que rua ela estivesse.
Ela parou na calçada do lado de fora do prédio de seu médico quando uma rajada de vento atingiu seu cabelo e a saia esvoaçante de seu vestido. Ela se virou para tirar o cabelo do rosto e...
E...
E tudo ficou calmo, sonhador e relaxado.
- Não fale a menos que seja dito. Venha comigo. Não lute.
Era um belo dia para passear. Ela desceu a Harley Street, um homem mais velho encantador ao lado dela com o braço em volta dos ombros dela.
Geoffrey, é Geoffrey, afaste-se dele, vá embora.
Seu braço se contraiu e ela deu um passo para o lado. O homem a puxou de volta, seus dentes arreganhados brilhando.
- Não tão rápido. Você não vai a lugar nenhum. Tive que perguntar a uma dúzia de trouxas estúpidos para saber onde esperar por você. Eu não estou perseguindo você mais do que preciso. Obrigado, a propósito, por ser tão alta enquanto você estava discutindo com Malfoy. Karoshi na Harley Street? Apenas gritou bem alto, não foi? Facilitou um pouco isso. Diga de nada.
- De nada.
Amanhã. Isso deveria acontecer amanhã. A estação de trem. Draco. Encontre Draco. Chame Draco.
Ela levantou a mão lentamente, os olhos fixos no anel em seu dedo indicador. Seu braço estava pesado, como se ela estivesse tentando levantá-lo através de melado. O galgo gravado desapareceu fora de foco. Ela abriu a boca e o único som que conseguiu fazer foi um coaxar.
O homem riu maldosamente, seus dedos cavando em seu ombro.
- O que você pensa que está fazendo? Tentando acenar pedindo ajuda? Ouça-me, sangue-ruim. Você não está fazendo nada que eu não queira que você faça. Diga que sinto muito, meu Senhor.
- Sinto muito, meu Senhor.
Uma pequena voz estridente na parte de trás de sua cabeça uivou com as palavras. Ela resmungou novamente.
- Acalme-se.
Ela relaxou, sua mão caindo ao seu lado. O homem com ela era encantador. Ela não iria a lugar nenhum.
Pare-o, pare-o. Caia fora. É Geoffrey. Toque no anel. Chame Draco!
- Deste jeito - o homem a puxou para uma entrada, atrás de uma folha de plástico soltando-se de um andaime de metal. Ele a puxou com força contra seu lado e girou no lugar, desaparatando em um borrão de cor fraca e confusa.
Era um belo dia.
*****
- Acorde. Não se mova.
Ela abriu os olhos. O charmoso homem mais velho estava perto de uma janela em arco, duas varinhas em suas mãos.
Hermione torceu os dedos nos braços de uma cadeira, veludo puído sob as unhas. Ela olhou para suas mãos. Havia algo que ela deveria fazer. Algo que ela precisava dizer. Houve um pequeno uivo no fundo de sua mente.
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Deixe-o de joelhos - TRADUÇÃO
RomanceDraco está no caso de um assassino, mas para investigar, ele precisa de um relacionamento falso - e de uma parceira de jogo. Quando Hermione se oferece para assumir o papel, os dois fazem o possível para manter a mentira sem deixarem um ao outro sab...