Capítulo 23

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Harry cutucou Draco no ombro.

- Malfoy - ele disse.

Draco tomou um longo gole de seu café, sua atenção na parede de provas e as adições que Cotterill e Choudhury tinham feito enquanto ele estava de licença familiar. Elas rastrearam as atividades de todas as vítimas anteriores e estabeleceram cronogramas e pequenos mapas de movimento para cada uma. Elas fizeram outra rodada de entrevistas para ver se alguma história mudou, reexecutaram cada relatório, e até mesmo atormentaram Townsend para levá-las através de uma recriação de cada autópsia.

Ele decidiu que, quando fosse encarregado de um esquadrão próprio, lutaria contra todo o departamento para mantê-las.

- Malfoy - Harry repetiu. Ele levantou a mão.

- Potter, se você me cutucar de novo, não serei responsável por minhas ações - Draco murmurou. Ele se virou para Harry, levantando uma sobrancelha. - O quê?

Harry encarou Draco por vários segundos antes de tirar os óculos, limpar as lentes da camisa e recolocá-los para continuar encarando.

- É verdade - disse ele, arregalando os olhos. - Eu tenho ouvido rumores sobre isso o dia todo. Eu não acreditei, tive que testemunhar eu mesmo, mas é verdade.

- Do que você está falando?

Harry apontou para o centro do peito de Draco.

- Você. Está vestindo. Uma gravata azul.

Draco olhou para baixo, alisando a mão sobre a seda.

- E?

- É azul.

- Sim. Você não se lembra? Hermione comprou para mim no meu último aniversário. Achei que ia bem com isso - Draco bateu em seu colete preto.

- É azul!

Draco voltou-se para a parede de provas.

- Azul escuro - ele escondeu um sorriso em sua xícara de café enquanto Harry balbuciava. O olhar no rosto de Harry tinha valido a pena a mudança para suas habituais roupas pretas, brancas e com toques de verde. Depois que Hermione deixou a Mansão na noite anterior, Draco localizou a gravata, ainda em sua caixa, na gaveta onde a havia colocado depois de seu aniversário. Algo lhe disse que era hora de adicionar mais uma cor ao seu guarda-roupa.

- Você é um idiota, sargento auror Malfoy - Harry caiu em uma cadeira e examinou a parede de provas, tamborilando os dedos na mesa.

- Notas máximas para observação, chefe auror Potter.

Harry se impediu de estalar dois dedos para Draco quando Cotterill entrou na sala de conferências com uma caneca fumegante da cantina do departamento. Choudhury estava atrás dela com uma caneca combinando e uma caixa meio vazia de donuts. Elas se sentaram na longa mesa.

- Tarde, auror chefe. Bem-vindo de volta, sargento. Linda gravata.

- Obrigado - Draco disse. Ele reivindicou sua cadeira e um donut. - Passei a manhã repassando tudo o que vocês fizeram enquanto eu estive fora - disse ele. - Excelente trabalho. Vejo que vocês mapearam as atividades de cada uma das vítimas no mês antes de serem descobertas. Impressões?

- Chato, realmente. Elas vão para o trabalho, vão para casa - disse Choudhury. - Todas elas têm uma rotina e a seguem. Mas nenhuma delas tem algo em comum que conseguimos encontrar. Ainda não podemos determinar como o assassino as escolheu, a menos que tenha sido aleatório.

- A hora da morte aponta para alguma possibilidade? - Harry perguntou.

Choudhury balançou a cabeça.

Deixe-o de joelhos  - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora