Capítulo 21

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Ele não se preocupou em enviar nenhum anúncio, nem mesmo para o jornal, e não planejou mais do que um serviço mínimo. Havia poucas pessoas no mundo que se importariam que Narcisa Malfoy estivesse morta, e a maioria deles estava do lado de fora do mausoléu que estava escondido em uma parte isolada da propriedade.

Narcisa foi levada para o local em um caixão antigo puxado por um alto cavalo friesian. Os agentes funerários a colocaram em sua sepultura, fecharam-no e tiraram suas cartolas pretas quando saíram. Ninguém falou.

Draco estava sozinho dentro do mausoléu, as mãos apertadas ao lado do corpo, os olhos fixos na placa de mármore que cobria a cripta recém-lacrada.

Narcisa Elizabeth Black Malfoy

06 de maio de 1955 - 19 de abril de 2008

Mãe

Parecia impossível incorporar tudo sobre ela em uma placa: sua devoção, seu orgulho, sua proteção. O amor dela. Ele procurou citações e pesquisou poemas, procurando as palavras perfeitas para seu epitáfio. No final, ele foi incapaz de pensar em qualquer coisa que a representasse mais do que ela significava para ele.

Fale comigo, meu dragão. Conte-me sobre o seu dia.

Draco fechou os olhos, abaixando a cabeça. Ele respirou fundo, sentindo o mármore, o granito, a ardósia, o ferro e o bronze, todos frios e cobertos com o cheiro de mofo do desuso, com o cheiro de ar viciado e pétalas secas de flores há muito esquecidas. Seu avô, Abraxas, tinha sido a última pessoa enterrada na tumba da família, e Draco havia assumido que ele ou seu pai seriam os próximos, não sua mãe. Ele nunca imaginou um mundo sem ela.

Com os lábios apertados, ele respirou novamente, um que tinha o cheiro de jasmim nele. Passos silenciosos cruzaram o chão de pedra, e ele colocou as mãos atrás das costas.

Hermione fez um barulho suave e ficou ao lado dele, sem falar, sem se mover, até que ele soltou um suspiro agudo e endireitou os ombros.

- Se você não estiver pronto - ela murmurou -, nós podemos esperar o tempo que você precisar.

Ele balançou sua cabeça.

- Não. Isso não será necessário.

Ela tocou seu braço, dedos leves em sua manga.

- Draco, tome o tempo que quiser para se despedir de sua mãe.

- Faz quase uma semana. Eu disse adeus.

- Se você precisar...

Ele sacudiu o braço, afastando a mão dela, e deu um passo para trás.

- Pelo amor de Deus, deixe isso pra lá. Eu disse que terminei - puxando a capa em volta dos ombros, ele caminhou para a porta estreita e saiu para o aberto, onde uma neve tardia estava caindo na luz do sol que se desvanecia. Alguns momentos depois, Hermione passou por ele, de cabeça baixa, para se juntar a Harry, Pansy e Blaise.

Draco se afastou dela e fechou a porta do mausoléu. Ele pressionou a palma da mão esquerda e a faixa de seu anel em uma placa de cobre ao nível de seus olhos, selando a porta com um feitiço sussurrado. Ele ficou parado, olhos fechados, e respirou devagar antes de levantar a cabeça e se virar para encarar os outros.

Marie se aproximou dele com o pequeno punhado de funcionários da Mansão.

- Sr. Malfoy - ela disse baixinho. -, mais uma vez, minhas mais profundas condolências. Se você concordar, vou recolher o que resta do meu equipamento na próxima semana.

Deixe-o de joelhos  - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora