Capítulo 29

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Ela machucou. Do rosto às mãos, ao abdômen e coxa, tudo doía, mas Draco a tinha. Ele veio para ela e ela lutou ao seu lado e quando ela caiu ele lutou ainda mais.

Muito ferida para se levantar, ela deitou no chão e viu algo em Draco se quebrar. Ele girou e atacou. Na ponte após o funeral de sua mãe, ela o viu duelando com as sombras em luto e desgosto. Ele tinha sido perigoso então.

Lutando contra Geoffrey, ele era mortal. A máscara prateada fluiu sobre seu rosto, bloqueando suas feições afiadas, afastando Draco e deixando a escuridão.

Ela ficou à deriva durante a maior parte da luta, ferimentos e exaustão puxando lã grossa sobre sua mente. Uma explosão a despertou. Um grito desapareceu na distância. O chão se moveu sob ela, a torre balançando, e então Draco estava lá, puxando-a em seus braços.

Eles giraram em fumaça preta e relâmpagos. Hermione se encolheu, uma mão sobre seu estômago, uma mão travada na frente da camisa de Draco. Ela segurou, confiando nele para mantê-la perto e segura enquanto eles aparatavam.

Eles pousaram com um som que fez a terra tremer. Por um momento, o mundo inteiro ficou parado, como se o tempo tivesse congelado. Não houve nenhum movimento, nenhum som, nada exceto o jeito que Draco olhou para ela, medo e desespero em seus olhos.

- Estamos seguros - ela murmurou. Ela deixou a cabeça cair para trás em alívio, fechando os olhos. - Estamos seguros. Acabou.

Draco a apertou contra seu peito. Ele engasgou, a sucção de uma respiração profunda.

Ele caiu de joelhos na grama escorregadia.

Ele gritou, um som aterrorizado e agonizante que se transformou em duas palavras.

- Ajude-me!

*****

Draco aterrissou com um impacto que sacudiu seu ombro, quebrando o feitiço de cura fraco que ele havia aplicado a ele. O osso quebrou novamente, mas Draco enfiou a dor no fundo de seus pensamentos enquanto se agarrava a Hermione. Ele podia ouvir o grito de pedra e o estrondo enquanto a torre desabava completamente, podia ouvir os gritos dos aurores em cena, mas não conseguia tirar os olhos de Hermione. Seu coração batia descontroladamente, o medo correndo por ele.

Ele a segurou. Ele a estava segurando, bem naquele segundo, e ainda estava com medo. Com medo de que ele estivesse em um sonho ou trancado em uma memória de tê-la em seus braços, e que ele acordaria para um pesadelo vivo, ela foi esmagada sob a torre, ela foi estrangulada, ela estava morta.

Draco caiu de joelhos aterrorizado, encarando o rosto de Hermione. Seu corpo estava solto, seus olhos estavam fechados. Ela não se movia.

Um Malfoy não mostra fraqueza, garoto. Um Malfoy não chora. Olhe para o rosto dele. Ele nem se importa. Não demonstre dor como um homem. Como um Malfoy.

Você está autorizado a sofrer, a sentir dor. Você pode se sentir magoado, Draco. Você não está sozinho. Tire sua máscara. Você está autorizado.

Draco segurou Hermione perto de seu corpo. Ele empurrou toda sua educação, seu treinamento, anos de silêncio e repressão. Ele respirou fundo. Medo e dor soltos em um grito torturante.

- Ajude-me!

Aurores apareceram, mantos rodopiando e varinhas para fora, meia dúzia de pessoas de repente os cercando.

- Malfoy! Estamos aqui, estamos aqui. Curandeiros a caminho. Coloque-a no chão; vamos cuidar disso.

Uma mão tocou o braço de Hermione e Draco recuou, rosnando, dobrando-a contra seu peito.

Deixe-o de joelhos  - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora