Capítulo 15

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Os redemoinhos de relâmpagos correram por seu sangue. Cada nervo em seu corpo parecia estar queimando, cada célula em chamas. Hermione agarrou-se a Draco na fumaça negra de sua aparatação e pousou com a cabeça encostada contra o peito dele, os braços em volta da cintura dele.

Seus dedos acariciaram seu cabelo.

- Hermione - ele disse, espalhando ambas as mãos pelas costas dela -, estou aqui.

Ela manteve seu aperto sobre ele enquanto o fogo em seu corpo se desvanecia, olhando para cima assim que a sensação do relâmpago desapareceu. Eles estavam em algum tipo de parque, com brinquedos infantis de um lado, um longo escorregador brilhando ao luar. Draco estava com a cabeça baixa para observá-la, seus olhos cinzas cheios de preocupação.

- É desagradável, eu sei - disse ele. - Vai parar em breve. Vou encontrar um lugar para você se sentar.

- Não - ela respondeu, balançando a cabeça. Ele sentia essa dor toda vez que aparatava e teve por anos. Ela poderia suportar algumas vezes. - Eu estou bem. Vamos apenas... - ela se virou quando um clarão amarelo chamou sua atenção e uma bolha apareceu a alguma distância, perto de uma estrutura de escalada de madeira. - Ali. Essa deve ser a cena.

Ela se afastou de Draco e cobriu a boca para esconder uma risada.

- Hum, você... você pode querer. Se arrumar um pouco?

Draco olhou para si mesmo. Jaqueta e colete desabotoados, camisa desabotoada, fivela do cinto desabotoada. Com o cabelo caindo nos olhos, ele era claramente um homem que havia sido interrompido no meio de alguma atividade, e não havia dúvida de qual tinha sido essa atividade. Ele arqueou uma sobrancelha.

- Bem. Sorte que não pousamos mais perto da cena - ele disse enquanto enfiava a camisa nas calças e apertava o cinto. - Eu nunca esqueceria isso.

Hermione deu uma olhada rápida em sua própria roupa. Além do hematoma em seu pescoço onde Draco a mordeu, ela estava bem, sua saia mal amassada. O vestido era lindo e ela adorava o jeito que ficava nela, mas ela tinha que admitir que o comprara pensando em quão rápido Draco poderia colocar as mãos sob ele.

Muito rápido, como se viu. Ela ainda podia sentir o fantasma de sua mão em seu quadril, o calor de seu dedo deslizando dentro dela. Deveria ter sido embaraçoso, a facilidade com que ele foi capaz de deslizar nela, mas seus beijos a deixaram molhada em um piscar de olhos. Seu toque a fez doer.

Dor era a palavra-chave, ela pensou. Das poucas vezes que ela o tocou intimamente, a única vez que ela teve sua boca sobre ele, ela esperava que tê-lo dentro dela iria doer. Possivelmente deixá-la tensa e esticada e ainda o sentindo por horas depois.

Deus, ela esperava que sim.

Draco abotoou o colete e passou a mão pelo cabelo para alisar os fios loiros claros.

- Deixe-me - disse Hermione. Ele deu a ela um olhar curioso, mas se abaixou para que ela pudesse alcançá-la. Hermione sorriu, levantou as duas mãos e deliberadamente bagunçou sua franja.

Draco bufou e a beijou antes de se endireitar. Deixou o cabelo despenteado.

- Não é óbvio o suficiente que estávamos em um encontro? - ele perguntou, tocando o lado de seu pescoço.

- Não gostaria que as pessoas pensassem que eu não estava fazendo a minha parte - Hermione disse com um sorriso. Alisando os dedos ao longo de sua gravata, ela contemplou segurá-lo para outro beijo mais longo, mas uma voz gritou uma saudação da direção da cena do crime. Hermione deu um passo para trás com um suspiro. - O dever chama - disse ela.

Deixe-o de joelhos  - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora