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BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE

Sejam bem-vindos #badbuddylovers

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Dois dias depois de conhecer pessoalmente Nanon Korapat, First não aguentava mais ouvir seu nome. Sobre os olhos dele, o sorriso dele, as covinhas fofas, e a voz que é bonita até falando.

Seus amigos sempre diziam que essa forma de se empolgar com tudo era seu ponto forte, mas de certa forma, também era seu ponto fraco. Foi assim com o ultimo relacionamento dele. Ele se apaixonou tão intensamente logo de início, que não viu ou sentiu todas as coisas ruins que aconteciam. As pessoas se aproveitavam dele, Tay sempre o alertava sobre algumas amizades.

O que ninguém entendia, é que sua intensidade também o machucava, não queria ser assim, extremo. Mas não podia controlar, não quando tudo de inicio parecia perfeito. O que faria? Deixaria de viver algo incrível somente por pensar em tudo de ruim que poderia vir disto?

- Certo, então Pawat e Korapat farão uma dupla. – O instrutor o acordou de seus devaneios, e ele viu Nanon se aproximar. – Hoje iremos começar devagar, quero que apenas se sentem um de frente para o outro, pernas cruzadas.

Ambos garotos tinham entre um metro e oitenta, e um metro e oitenta e cinco, então a diferença de tamanho não era tão visível, mas ao se sentarem um de frente para o outro, todo mundo percebeu como Ohm parecia maior, talvez fossem os ombros musculosos, ou a forma desleixada que deixou as pernas, ou apenas o fato de Nanon estar tão sério em sua posição.

Quando Nanon fez vinte e três, decidiu que ficaria fora de enredos que fossem muito pesados, ele vinha de uma carreira cheia de dramas, filmes de terror e suspense. Até mesmo suas musicas se tornaram mais melancólicas, este ano queria algo novo, refrescante, e foi quando seu agente trouxe o script de LUZ, CÂMERA, PAIXÃO.

O enredo cômico, cheio de amizade e momentos de superação entre dois amigos que lutavam juntos pelos seus sonhos, parecia algo renovador. Seu agente foi taxativo sobre o clima de romance que deveriam dar aos personagens, mas que seria apenas algo velado. Afinal a ideia do filme era apenas dois homens crescendo, e conquistando seus sonhos em meio ao mundo louco em que vivemos. 

Essa parte era a qual preocupava Nanon, gostava do enredo, e os atores já confirmados pareciam um sonho de elenco. Só que ter que lidar com o fanservice do mundo BL era uma dor de cabeça que  não sabia se conseguiria gerir.

Claro, ele e Chimon já possuíam um fandom apaixonado e que sempre lhes mandavam edits e montagens dos dois, mas isso foi por conta das centenas de vezes em que eram vistos juntos através dos anos. Nanon conheceu Chimon quando eles atuaram em um comercial de leite fermentado para crianças.

Ambos eram calmos, seletivos, e juntos encontraram conforto e abrigo na amizade. Mesmo assim, quando Chimon atuava com outra pessoa era quase que automático que os fãs ficassem irritados, como se ele não pudesse se aproximar de mais nenhum garoto além de Nanon, era um pouco cansativo.

Por conta disso, Nanon pensou bem se aguentaria a pressão, se conseguiria se manter bem, mesmo depois que as filmagens acabassem. Foi quando Chimon lhe enviou o vídeo, e ele pensou que talvez não fosse tão difícil assim ser amigo de alguém divertido.

- Quer que eu comece? – Não percebeu que havia se perdido em lembranças. Sorriu e recebeu um sorriso enorme de volta.

- Eu não prestei muita atenção. – Sussurrou em confissão, e Pawat apenas balançou a cabeça.

- Temos que segurar as mãos, e dizer três coisas que admiramos um no outro.

- Já? Esse tipo de dinâmica não é mais para frente?

- Ele quer ver se iremos mudar algo daqui uns dias.

Era inteligente, três coisas de uma primeira impressão, e depois de uma relação formada, tudo poderia mudar.

- Pode começar, estou um pouco aéreo hoje. 

- Certo.

Primeiro Ohm pensou que as mãos do mais novo eram macias demais, e quentes, como um conforto em dias frios. Depois sentiu o perfume amadeirado, e se perdeu nos olhos pequenos e escuros.

- Admiro sua voz, suas covinhas, e seu dom para atuar.

Pensou ser sua mente, mas então percebeu que todo mundo na sala havia ficado em silêncio.

- Eu disse algo errado? – Sussurrou e viu o mais novo discordar.

- Acho que ninguém consegue ser tão espontâneo assim. Estamos com inveja.

- Ah. – Soltou uma das mãos e coçou a cabeça, envergonhado.

- Certo, minha vez. – Voltaram a dar as mãos, e ele sentiu um arrepio quando sentiu os olhos de Nanon focados em seu rosto. – Admiro sua alegria, sua espontaneidade, e os músculos dos seus braços.

A ultima o fez rir, e Nanon pensou que era um som gostoso de ouvir, tanto que imitou dois braços fortes, até que a risada se tornasse em uma gargalhada descontrolada. 

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OBRIGADA POR LER ATÉ AQUI ♥

Se acha a coisa mais fofa a forma que a Pa sorri para a Ink, você está no lugar certo. 

LUZ, CÂMERA, PAIXÃO.Onde histórias criam vida. Descubra agora