As Crônicas da Serpente - Cataclismo

Desembarque em Padokea

Oi galerinha, td bem c vcs? Espero que sim! Entrei pro fandom de HxH há uns 2 anos e comecei a escrever essa fanfic em novembro de 2020, mas recentemente excluí minha conta antiga  do Spirit(@SolRaev) por motivos pessoais e agora que estou melhor vou repostar tudo o que tinha sido publicado até o ano passado. Os capítulos serão postados semanalmente para que eu possa ter um tempo a mais para continuar escrevendo o segundo livro dessa trilogia (que também já havia sido publicado aqui), Entropia, sem pressão em excesso e também para que todos possam reler como se fosse a primeira vez.

Peço desculpas por ter sumido sem avisar, mas eu passei por um momento MUITO delicado em minha vida e... Eu realmente precisava limpar minha mente.

Muito obrigada por todo o carinho e apoio desde os longínquos primeiros capítulos de 2020. Estar aqui mais uma vez é um prazer nostálgico. Amo todos vocês ♡

Ciao~

***

O Porto estava agitado como o de costume. Haviam pessoas transitando livremente pelas ruas adjacentes e até mesmo esperando seus conhecidos, que ainda estavam a bordo dos navios prestes a atracar. Era uma cena alegre, viva e, de certa maneira, reconfortante.

O cheiro da maresia estava gravado em sua mente e em seu corpo devido aos anos exposta às ondas, o que ela não considerava como negativo, caso contrário não teria escolhido uma profissão que envolvesse a tarefa; se tivesse que dizer qual era seu lar, ela diria "O oceano" sem pestanejar. Ainda assim, ao ver as estradas asfaltadas uma sensação de familiaridade tomava conta de seu ser.

Para quem acabara de passar semanas no mar (durante a temporada de tempestades, diga-se de passagem) enquanto buscava uma espécie de cavalo-marinho rara, pisar em terra firme era um alívio e um lembrete de que ainda estava viva. Pelo menos era isso que ela gostava de pensar.

No final das contas, a expedição havia sido um sucesso e sua equipe havia capturado um par do Cavalo-Marinho de cauda Tríplice, conhecido não apenas por seu rabo tripartido, mas por seus ovos compostos por uma combinação de pedras preciosas e minerais, que, ao eclodirem, formavam uma espécie de carapuça super-resistente. O feito era de grande importância para os estudos científicos de diversas áreas, já que os profissionais poderiam estudar a espécie ao criá-la em cativeiro e descobririam mais rapidamente a composição da "armadura" natural dela.

Os exemplares estavam sendo devidamente cuidados durante o transporte até o centro de estudos responsável pelo desenvolvimento da pesquisa, então ela não precisava se preocupar com nada além de seu desembarque naquele momento. Ademais, ela fora contratada apenas para capturar os animais; havia diversos especialistas para cuidar deles, aquela não era sua tarefa.

Contudo, ao pisar sobre as placas de madeira antiga do porto e ver as pequenas caixas sendo colocadas em uma van, não pôde deixar de ficar triste. Mesmo sabendo que seriam bem tratados em cativeiro, ela não gostava da ideia de ter seres tão livres encaixotados para sempre, era deprimente. Se colocar no lugar deles então era impossível, não aguentaria muito tempo sem sua liberdade, ela sem dúvida definharia até a morte.

Sacudindo a cabeça ela começou a andar pelas ruas que tanto conhecia. A República de Padokea tinha uma região costeira extensa e com uma atividade comercial intensa, em grande parte devido à exportação de um dos peixes mais consumidos internacionalmente e de matéria-prima mineral. Havia desembarcado ali algumas vezes após suas viagens e gostava de ficar alguns dias por ali — ela se divertia passeando pela cidade antes de pegar o voo para a República de Lapet, o pequeno país onde morava.

No bolso interno de sua jaqueta, o celular começou a vibrar e ela logo tratou de atender a ligação.

— Como foi o andamento da missão? — indagou uma voz feminina.