Recuperação

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— Suas desculpas não me afetam. Muito menos a sua saída desta corte. — a mulher disse, sorrindo. Ela caminhou até ele, os olhos brilhando com a confiança que havia colocado guerreiros de joelhos. — Vou me casar com o príncipe. Serei muito feliz, de fato.

Medea riu.

— Arrasa com ele, El!

O homem olhou fixamente para ela. Ele parecia calmo, mas seus punhos cerrados diziam o contrário.

— Vai mesmo? Ser feliz?

— Por que eu não seria? — Elowen retorquiu. — O Príncipe Lain é gentil, e bom, e ele sabe o que quer. É um bom homem, e será um pai maravilhoso.

— E é gostoso. Meu Deus, ele é tão gostoso...

— E então você realmente acredita que ele é o melhor homem para você?

— Uh, sim? Você literalmente assassinou um dos pretendentes dela no último episódio. Acho que isso faz dele uma opção melhor do que você, né, querido.

Isso a pegou de surpresa. A dama deu um passo atrás, levando sua mão até o colar, os dedos girando ao redor do pingente.

— Como ousa questionar minhas escolhas? — seu rosto estava corado, e sua respiração, irregular. — São as minhas escolhas, não as suas! Eu... Eu não questiono sua escolha de... De percorrer o continente, desesperado e sozinho. — ela respirou fundo, passando as mãos pelo rosto. — Não tenho que me explicar a você. Não lhe devo nada. Ele é perfeito para mim. Eu vou ser uma princesa! — gritou.

— É, gata, você está vivendo o sonho...— Ela levou um morango para a boca, mastigando-o lentamente para que seu nariz não doesse de novo. Medea suspirou. — Meu Deus, quem me dera poder casar com um príncipe gostosão...

Quando o homem não respondeu, o rosto dela contorceu de fúria.

—Você vai dizer alguma coisa? Se não vai, então saia.

Mesmo assim, ele permaneceu calado. Ele nem se mexeu.

Ela bufou alto.

— Muito bem! Eu vou, então!—

— Elowen...— Ele chamou, mas ela caminhou para longe. — Elowen!

Ela apressou-se, descendo as escadas em direção ao jardim da propriedade. Nem mesmo a escuridão amedrontaria sua raiva. Elowen só queria se afastar dele, de suas responsabilidades, desta festa estúpida... Ela queria liberdade!

Um suspiro alto lhe escapou quando ela ouviu as folhas sendo esmagadas atrás dela. Ele não sabia quando parar, não é mesmo?

— Volte para a festa — disse, sendo prontamente ignorado. Ele grunhiu, lutando para manter o ritmo dela. — Pare de andar!

— Pare de me seguir! — ela respondeu entredentes.

—Você não está segura aqui fora.

Elowen riu jocosamente. Quem este homem pensava que era para ordenar o que deveria fazer?

A jovem mulher simplesmente agarrou a saia longa e fluida de seu vestido de seda e continuou andando. Seus cabelos ruivos ondulavam atrás das costas a cada passo que ela dava, mas ela não se importava. Ela queria se afastar dele.

— Eu te proíbo de continuar se afastando!

—Você não pode me dizer o que fazer! Você não é meu Grão-Senhor!

As Crônicas da Serpente - CataclismoOnde histórias criam vida. Descubra agora