Encontros em Konneticot

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Oi gente! Voltei hoje com o segundo capítulo! Muito obrigada a todo mundo que já estava apoiando a história e a quem começou a apoiar agora. Significa muito para mim, de verdade. Eu devo fazer algumas alterações nos capítulos para deixar mais coerente com minha escrita atual, já que os primeiros capítulos são de dois anos atrás quando eu voltei a escrever após uns seis anos distante de histórias, mas prometo que serão coisas pontuais. O roteiro da história permanece o mesmo.

Uma perguntinha: vocês preferem dois ou três atualizações semanais? Podem me responder nos comentários, se quiserem.

Muito obrigada por ler até aqui!

Até breve!


***


Era o anoitecer quando Medea entrou no Kaniv Esmeralda, o mais luxuoso cassino na região sul de Saherta. Localizado no distrito de Konneticot, o local era muito conhecido por ser o ponto de distribuição de novas drogas e por acolher diversas figuras do submundo do crime como zona neutra, principalmente em ocasião de acordos.

De fora, o que as pessoas viam era uma bela construção de dois andares que misturava conceitos arquitetônicos modernos e clássicos; uma colisão inesperada, porém interessante e, contrariando as expectativas de todos, elegante. Todavia o que grande parte das pessoas não conhecia eram os subsolos do edifício, que, conforme mais profundos eram mais privados se tornavam.

Eram 20 andares inferiores no total, sendo os últimos 5 reservados apenas para os mais importantes líderes de máfias e facções, ou seja, eram zonas inacessíveis para 98% dos frequentadores.

Conseguir a entrada era praticamente impossível, os responsáveis pelo cassino mantinham um controle rígido sobre a listagem de frequentadores e seus acompanhantes, ambos novos e antigos, cuja admissão era realizada por indicações de outros membros e uma extensa averiguação dos dados do indivíduo.

Se alguém não tivesse riquezas o suficiente, não entrava; para quê eles iriam permitir o acesso de quem não poderia se divertir e aumentar a fortuna do lugar?

Devido à grande curiosidade dos civis menos abastados acerca das drogas e armamento negociados ali, a segurança do estabelecimento era extremamente alta, e, claro, qualquer tentativa de invasão era vetada imediatamente e punida com vigor, muita das vezes nem ao menos permitindo que a pessoa saísse viva dali.

Obviamente Medea percebera que entrar como convidada não funcionaria e optara por uma vaga como servente com antecedência.

Seu uniforme era composto por uma blusa branca abotoada que ia até seus cotovelos, uma calça de alfaiataria azul-marinho com pregas nas laterais e bolsos fundos para o armazenamento das gorjetas, sapatos sociais de couro pretos e luvas brancas de algodão. Perfeito para passar despercebida entre os convidados e outros serventes.

Os longos fios ondulados estavam escondidos sob uma peruca castanha lisa que alcançava seus ombros e seu rosto estava coberto com o mínimo de maquiagem para poder alterar alguns de seus traços faciais —não que ela de fato visse alguma diferença nisso até colocar as lentes de contato escarlate.

Em seu âmago, um leve faiscar de ansiedade que ocorria sempre que suas missões começavam.

Confiava em suas habilidades, só desgostava ter de esperar antes de agir propriamente, era uma verdadeira tortura para uma pessoa agitada como ela. Respirando fundo, lembrou-se do motivo de estar ali e concentrou-se na tarefa que tinha em suas mãos pelo momento, andando pelas câmaras de jogos com uma bandeja de canapés.

O barulho dos urros de alegria dos vencedores naquele subsolo era extremamente alto e ela revirou os olhos ao ver que alguns convidados começavam a se exaltar por supostas trapaças em determinadas máquinas ou jogos; se não tinham inteligência o suficiente para saber que aquilo era algo comum mesmo em cassinos de classe alta ou o controle emocional necessário para aceitar sua derrota, não deveriam sequer estar ali.

As Crônicas da Serpente - CataclismoOnde histórias criam vida. Descubra agora