XVI

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 Olívia

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Olívia

Dois meses se passam, continuo aguardando pela temida nota do Enem, que por acaso saíra hoje. A cada dia me aproximo mais de Matias, e ele acaba virando um dos meus amigos mais próximos, ainda sim, não conversamos muito, ele é bem fechado.

São 17h, estou na casa da minha mãe visitando Collin. Ainda tento convencer meus pais a deixar Collin ir passar um dia comigo no meu prédio.

— Mãe, acho que já vou indo. Posso levar Collin para passar a tarde lá comigo? Por favor! Pergunto pegando Collin no colo.

— Ele é muito novinho filha...

— Deixa amor, é só uma tarde, quando anoitecer ela volta! É bom que a gente descansa um pouquinho...

Minha mãe demora alguns segundos para refletir, e, para a minha supresa, ela permite eu levar o Collin para ficar uma tarde comigo!

— Muito obrigada pai! Muito obrigada mãe. — Dou um beijo na bochecha de cada um e peço um uber.

— Filha, já ia esquecendo a bolsinha de saída do seu irmão. — meu pai me entrega a bolsa de Collin.

Era imensa, e extremamente pesada.

O uber chega e então entro no carro.

Depois de algum tempo, chegamos no prédio.

Pago o Uber e desço. Toco a companhia, o portão se abre e eu vou para debaixo de uma árvore. Lá não está pegando Sol

Assim que o Sol começa a se pôr, Matias desce, senta naquele banquinho de sempre e fica observando o horizonte. Ele ainda não nos notou.

Pego uma toalhinha que tinha na bolsa de Collin e a-coloco no chão para que pudéssemos nos sentar.  

Collin ainda não consegue sentar ou segurar a própria cabeça, então fico com ele no colo o tempo inteiro, conversando com ele e fazendo cafuné em sua cabecinha.

Depois de algum tempo, Matias nos percebe ali e vem caminhando até nós.

— Ele é idêntico à você, Líli. — Matias se senta na grama, ao meu lado.

Sorrio.

— Quer ir na sorveteria comigo? — Pergunta.

— Vamo. — Abro a bolsa do bebê, pego o canguru e o-visto em mim.

Quando chega no meio do caminho já não aguento mais carregar Collin. Ele tem 2 meses e pouquinho mas pesa bastante.

Matias pega Collin no colo, eu amarro o canguru nele e então ele coloca o bebê dentro do canguru.

— Que família linda— Um velhinha se aproxima e fala.

Começou essa palhaçada novamente.

Matias ri.

Alguns segundos depois passa um cara pedindo para nos fotografar, diz ele que a nossa família é linda.

Aceitamos a proposta para ajudar o trabalho do cara; Ele leva a gente até a praia e tiramos fotos num estilo bem "familia" e depois nos despedimos dele.

Isso tudo aconteceu por que queríamos tomar sorvete.

— Já enchi o saco desses olhares e frases, vamo pra casa?

Ele assente.

Quando chegamos no prédio me deparo com meus pais na portaria, aí meu Deus.

— Filha, meu Deus do céu, que susto. — Meu pai repete pegando Collin do colo de Matias.

— A gente tinha combinado o que, Olívia? Você passou do horário. — Minha mãe me dá uma bronca.

Peço desculpas e então eles se despedem e vão embora; Queria ficar mais tempo com o Collin, aff.

— Já viu sua nota do Enem? — O loiro pergunta.

— Não passei no curso que eu queria.

— Nem eu. Pra falar a verdade eu nem estava focando muito no Enem, minha mente tá numa universidade mais distante. — Ele responde.

— Hmm, você quer cursar o que? Qual a sua universidade dos sonhos?

— Quero cursar astronomia, a universidade dos meu sonhos tá na Escócia, quando eu era pequeno aprendi até o idioma do país. — Ri.

— Meu Deus, minha universidade dos sonhos também é da Escócia, o nome dela é Faculdade de Edimburgo. — Respondo vibrando.

— Meu Deus, a mesma que a minha! Eu até passei no programa de Chevening, recebi o e-mail de aprovação hoje inclusive.

— Parabéns!!! Eu não passei, então não tenho bolsa, por isso teria que pagar a anuidade mesmo, mas nem é tão caro assim, então...

— Mas nem tem como eu ir, não tenho cidadania nem visto.

— Mas o programa de Chavening não cobre essa demanda não? — Olívia pergunta.

— No momento, não. Então vou ficar aqui pelo Brasil mesmo.

Fico pensativa.

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