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Matias
— Mãe, virem rapidinho, quero falar uma coisa com o Matias. — A ruiva diz.
Tia Leslie e a fotógrafa viram de costas para nós.
— Me beija. — Sussurra.
— Quê? — Pergunto sussurrando também.
— Me beija. Vai ser muito vergonhoso pra mim dar o meu primeiro beijo com minha mãe me olhando.
— Não. — Insisto.
— Vai logo, Matias. — Diz ficando na ponta dos pés.
Dou risada.
— Tá rindo de que? — Diz cruzando os braços.
— Nada. — Respondo.
— Pelo amor de Deus, Matias.
— Não, Olívia. Não mesmo, fala pra a sua mãe que não vamos fazer essa foto.
— Você não acha estranho um casal que está prestes a se casar negar fazer uma foto com beijo? — Diz ainda sussurrando.
Seguro o seu rosto com minhas mãos e abaixo a minha cabeça, colando os meus lábios nos dela.
— Caramba, seus lábios são quentes. Os meus estão congelados. — Diz se afastando aos poucos.
Nunca imaginei ouvir isso.
— Tia, pode virar.
Tia Leslie e a fotógrafa viram novamente para nós e reproduzimos a foto.
Depois disso vamos até o local do casamento e... casamos. Foi algo bem rápido.
Tive que beijar a Olívia mais uma vez na hora do "Pode beijar a noiva". Mas dessa vez, dei um beijo na aliança dela. Chega de beijos na boca por hoje.
A família de Olivia se despede de nós e vai embora. Collin estava tossindo muito.
— Matias, eu preciso devolver meu vestido. Minhas roupas estão todas na mala. — A ruiva diz colocando as mãos na cintura.
— Pega uma calça Jeans na mala e uma blusa qualquer, te dou o meu terno, fico só com a blusa de botão e a calça.
Ela pega uma calça legging, um tênis e uma blusa de gola alta e manga curta, então vai até o banheiro que havia no local se trocar.
— Que frio. — Diz ao sair.
— Claro, olha a blusa que pegou, não protege você nem de um vento frio.
Dou a parte de cima do meu terno à ela.
Pedimos um Uber, colocamos as malas no carro novamente e vamos até o aeroporto, está quase na hora do embarque.
Como de costume, Olívia passa o trajeto inteiro dormindo.
Depois de alguns minutos, chegamos, fazemos o check in e entramos na área de embarque.
— Eu nunca senti tanto frio na minha vida. — Ela diz abraçando à si mesma.
— Meu Deus do céu, e agora? Não dá nem para pegar algo na mala, já embarcamos todas elas, menos as bagagens de mão, e não temos nada para vestir nas que levamos conosco no assento. — Informo.
— Tô lascada. Vou morrer de hipotermia. —Continua.
— Calma, acho que vão dar coberta no voô.
Depois de alguns minutos, embarcamos, Kenobi também.
A ficha de que estou casado e me mudando para outro país ainda não caiu.
— Assento A1 e A2, na ponta direita. — Olívia lê o papel da passagem impressa.
— Aqui. — Encontro. — Você prefere ir na janela ou não?
— Quero o lugar na janela. — Diz se sentando.
Alguns minutos depois de nós sentamos, Olívia dorme. Antes mesmo da aeromoça entregar os lençóis ou dar as instruções do voô.
Ela acorda no momento em que a aeronave está decolando.
— Meu Deus do céu Matias, que susto. — Aperta a minha mão.
Dou risada.
Logo depois, os lençóis são entregues.
Dou os dois para Olívia, a garota está tremendo de frio.
O jantar é então servido, a próxima refeição será às 3h da manhã.
Desligam as luzes brancas e ligam as azuis de LED, e em menos de 1 minutos, Olivia está dormindo novamente.
Nunca vi uma pessoa conseguir dormir tanto.
Kenobi também está dormindo, dentro da caixa dele, que está embaixo do meu assento.
Uso a televisão pessoal que fica na minha frente para assistir um documentário.
Começo à incrivelmente sentir sono, e sem querer, durmo.
Acordo às 2:30h da manhã com uma ligação perdida de Bernardo.
Olívia também acorda.
— O que foi? — Boceja.
— Bernardo.
— Ainda não bloqueou ele? Meu Deus, Matias. — Fala voltando a adormecer.
Às 3h, chá, café e sucos são servidos.
Olívia não toma nada, está dormindo. Aposto que só acordará 5h da manhã para o café. O pouso é 6h.
