Capítulo 4

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TAEHYUNG


— Você está brincando, certo? — Jimin perguntou, olhando pasmo para mim, por cima do latte dele. Acabei de contar para ele como minha noite de aniversário com Seokjin havia ido de sonho a pesadelo.

— Quem me dera. — Resmunguei, massageando minhas têmporas. Além de não conseguir esquecer a imagem da filha dele de quatro anos, horrorizada, ainda estava enfrentando uma baita ressaca causada pela tequila. — Eu provavelmente assustei aquela garotinha para sempre. É assim que é ter trinta anos? Todos os alfas têm filhos agora?

Jimin tampou a boca com a mão, incapaz de reprimir uma risada.

— Vamos, não é engraçado — eu disse, mas sua risada foi contagiante, e não consegui evitar, acabei sorrindo também. — Certo, é um pouco engraçado, sim. Ou será assim que minha cabeça deixar de doer como se fosse explodir.

— O que você fez quando ela te viu? — Jimin perguntou, recompondo-se.

— Bem, depois da minha desmontada nada elegante, eu corri para fora da casa o mais rápido que pude. — Estremeci com a lembrança, enquanto bebia meu café. — Sério, foi ridículo.

— Pelo menos vai achar um apartamento hoje — ele disse, com um tom consolador.

Assenti, feliz por aquele dia ter um lado positivo.

— Ainda bem. Estou tão cansado de procurar apartamentos.

Antes desse eu fui ver outros cinco lugares, e todos eram um desastre. Um não tinha janelas, o segundo ficava no décimo andar de um prédio sem elevador, o terceiro parecia um cativeiro, de tão escuro e acabado, o quarto estava localizado em uma região muito barulhenta e último era basicamente do tamanho do meu armário atual. Se o lugar de hoje não desse certo, eu entraria oficialmente em pânico.

— Falando em apartamento, nós precisamos ir para lá — falei, olhando em meu celular.

Jimin concordou em ir comigo para conhecer o espaço e o senhorio. Eu já tinha assistido a muitos episódios de Law & Order: SVU para saber que não era uma boa ideia fazer coisas assim sozinho.

Vinte minutos depois, nos aproximávamos do endereço que eu havia recebido no e-mail da imobiliária.

— Que fofo. — Jimin sorriu enquanto atravessávamos o bairro, apontando para uma casa em estilo artesão com um jardim amplo. — Eu amo que todos têm um quintal.

Era mais residencial do que eu estava acostumado, mas não me importei. Na verdade, isso era bom, na minha opinião. O apartamento que eu escolhi ficava acima da garagem, o que era diferente, mas eu não estava sendo muito exigente no momento. Soube que muitos jovens casais e pais de primeira viagem estavam se mudando para aquela região, o que tornaria o lugar agradável e tranquilo para eu trabalhar.

Enquanto observava as casas passando, um sentimento desconfortável tomou conta de mim. Eu me sentia estranho, como se já tivesse vindo aqui antes. Tudo parecia estranhamente familiar, o que não fazia sentido, porque eu nunca tinha estado ali.

— Conhecemos alguém que mora aqui? — Olhei pela janela, tendo um grande momento de déjà vu.

— Não que eu saiba. — Jimin respondeu, negando com a cabeça. — O GPS diz que estamos bem perto.

Ele parou em uma curva. Quando descemos do carro, continuei olhando, incomodado por não conseguir me lembrar se já estivera ali antes. Nós descemos o quarteirão e viramos a esquina, e então, eu vi.

Apenas por uma noite | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora