Capítulo 7

1.1K 152 16
                                    


TAEHYUNG


O ar condicionado do apartamento decidiu morrer no dia mais quente do ano até agora. Pior, eu estava lutando para ajeitar a fita que usei para enrolar meu tapete cinza.

Tinha me mudado havia alguns dias, mas entre escrever minha coluna e várias longas reuniões com meu editor, eu mal tinha ficado no apartamento – nem tinha terminado de desempacotar tudo. Agora, depois de uma tarde organizando os móveis e desembalando caixas naquele calor, eu estava suando como se tivesse acabado de correr uma maratona.

Tentei me motivar pensando que poderia tomar um drinque quando terminasse tudo, porque definitivamente precisava de um. Não me dou bem com o calor – o único lugar onde gostava de calor e suor era no quarto.

Apesar do problema com o ar condicionado, estava animado por ver o apartamento tomando forma. Odiava admitir isso, mas estava começando a curtir a vida em um bairro residencial. Havia muito silêncio e eu estava dormindo como nunca. Talvez estivesse ficando velho e chato, mas ver os patinhos nadando no lago do quintal era o meu novo passatempo favorito. Era um ótimo apartamento, e se conseguisse guardar tudo, estaria finalmente acomodado.

Havia apenas uma maneira de lidar com a situação, se não quisesse derreter de calor. Tirei a camiseta molhada e os shorts, optando por ficar apenas com a minha samba canção de seda, e joguei um pouco de água fria no rosto. Tirei o som portátil do fundo de uma caixa e coloquei para tocar minha playlist "feliz". Nunca tinha vivido em um lugar só meu antes, mas tinha a sensação de que seria agradável. Especialmente se eu pudesse ficar de cueca pela casa ouvindo Bruno Mars sempre que tivesse vontade.

Olhei pela janela entre as persianas e notei o carro de Seokjin na garagem. Não o via desde o nosso último encontro estranho, quando Jisoo notou que o homem que estava montando em seu pai era seu novo vizinho. A gente terminou a noite normalmente, mas ainda assim a estranha sensação de desconforto não ia embora.

Ele e eu quase nos encontramos um outro dia, quando eu estava entrando no carro para encontrar meu editor, mas fingi não vê-lo. Eu disse a mim mesmo que não o estava evitando. Estava apenas ocupado e sem tempo para conversar. Como se tivéssemos combinado, Seokjin saiu pela porta da frente levando o lixo, e pulei para longe da janela com o coração acelerado.

Certo, então talvez eu realmente o estivesse evitando. Mas parecia que não era capaz de ficar perto daquele homem sem fazer papel de bobo, então não estava com pressa de vê-lo.

Uptown Funk começou a tocar e sorri. Era a música perfeita para me fazer esquecer todo o drama com o Seokjin. Sim, eu sabia que ela tinha tocado demais em todos os lugares alguns anos atrás, mas eu ainda a amava e não conseguia ficar parado quando ela tocava. 

Estava entrando no refrão, fazendo minha melhor encenação do videoclipe e segurando uma colher de pau como microfone, quando ouvi uma voz atrás de mim. Girei e, no meio do impulso, vi Seokjin parado na porta. Nós nos encaramos por um momento, enquanto ele observava a cena.

E não foi uma cena bonita. Eu estava com uma samba canção verde-neon, com estampa de pinguins.

— Ai meu Deus! — gritei quando Seokjin ficou boquiaberto. Procurei minha camiseta.

— Merda. Sinto muito — disse ele, virando-se para a parede, enquanto eu vestia uma camiseta. — Eu não sabia... A porta estava aberta. — Ele disse, ainda de costas enquanto eu vestia o short.

Ah, sério? Era a segunda vez em uma semana em que eu precisava correr para vestir minhas roupas na frente de Seokjin.

— Estava quente, então abri a porta. Acho que a esqueci aberta — falei, aterrorizado e tentando ignorar minhas bochechas em chamas. Não poderia ter feito um papelão maior na frente dele, nem se tivesse tentado.

Apenas por uma noite | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora