Epílogo

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2 meses depois

Aqui estou eu, no sofá da casa que eu e Arthur moramos agora. Arthur comprou uma bela casa próxima ao centro da cidade, para que tia Martha, Tábita e Gustavo pudessem continuar a morar na propriedade Freitas e tivéssemos a nossa privacidade como um casal. Fico feliz por ainda morar próxima aos meus amigos e familiares, e sinceramente… estou amando, por mais desafiadora que seja, a vida de casada.

Arthur tem dinheiro suficiente para que possamos ter uma criada para cuidar da faxina, mas agora eu preciso pôr a mão na massa e cozinhar. Eu aprendi alguns dotes culinários neste tempo de espera, mas ainda que Arthur me diga um belo "está ótimo" para todos os meus pratos, eu nunca sinto que eles estão bons o suficiente. 

Quando Arthur sai para resolver coisas de trabalho e ajudar com a igreja, já que ele é um pastor auxiliar, eu muitas vezes me sinto sozinha e entediada, mas preciso entender que por mais que Arthur seja meu marido, cuja única relação romântica é comigo, eu não posso monopolizar a atenção dele. Procuro gastar meu tempo preparando novas receitas, cuidando de plantas, estudando, fazendo poemas, treinando xadrez sozinha, e principalmente em atividades da igreja e na Fundação Jane Vicente. Como recém-casada, tudo que eu queria era ter ele inteiro pra mim depois de tanto tempo de espera, mas tem coisas que eu preciso compreender.

Bem, apesar disso, Deus vem me dando forças para apoiá-lo em tudo e não ser egoísta. Quando me casei, eu soube que seria uma união de sacrifício mútuo, onde por amor ao outro daríamos tudo de nós. Ele se esforça para ser um bom marido e prover a casa, e eu me esforço para recebê-lo todos os dias com um sorriso, manter sempre a mesa pronta com as melhores comidas, e compreender que não terei tanta atenção quanto queria, pois ele tem suas obrigações.

Mas Arthur não deixou de ser romântico. Por mais que muitas vezes ele esteja cansado por conta das visitas que faz a fiéis para aconselhar e prestar ajuda, por mais que a igreja muitas vezes exija muito dele, ele faz de tudo para passar tempo comigo todos os dias, e é bem criativo me recitando poemas, tocando pra mim o seu violino, me chamando para jogar xadrez, e também quando nos tornamos uma só carne - eis uma das minhas partes favoritas de estar casada. Vejo um real esforço de Arthur para suprir minha necessidade de atenção, e isso torna mais fácil suportar a sua ausência quando ela é necessária.

E hoje, eu tenho uma incrível notícia para dar ao meu amado.

Eu rabiscava alguns corações em uma folha de papel cujo havia um poema escrito, esperando ansiosamente que Arthur batesse na porta. Eu precisava dar aquela notícia rapidamente, e já havia até mesmo uma surpresa preparada para aquilo. 

Toc toc.

- Será que uma bela dama pode abrir a porta? - A voz de Arthur atrás da porta me fez sorrir. Eu me levantei e rapidamente fui atendê-lo.

Seu rosto se transformou num sorriso quando me viu, e ele estendeu uma tulipa em frente ao rosto.

- Eu voltei, minha bela dama. - Falou, eu rapidamente agarrei a tulipa com uma mão e me enlacei em seu pescoço, em um abraço apertado.

- Estava com saudades, meu pastor! - Sorri. - Você parece de bom humor. Por quê?

Ele deu de ombros.

- Eu não sei, realmente. Eu só sinto que hoje Deus tem algo realmente incrível para me falar. - Sorriu, e eu mordi o lábio, com uma expressão travessa. - Que cara é essa? - Ele perguntou, desconfiado.

Eu suspirei.

- Então, você sentiu certo. - Puxei-o pela mão, e o fiz se sentar no sofá. Ele franziu as sobrancelhas.

- O que você está tramando, hein? - perguntou, curioso, rindo nervosamente.

Eu olhei para o papel em minhas mãos, pedi mentalmente a Deus que me desse coragem, e recitei:

Resplandecer [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora